quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Biblioteca Nacional em clima de 'Je suis Charlie'

Desenhos de George Wolinski, publicados na revista brasileira ‘Grilo’ nos anos 70, estão em exposição

O DIA
Rio - Charges e tirinhas de George Wolinski, um dos cartunistas do jornal ‘Charlie Hebdo’ assassinado por terroristas em Paris, na semana passada, podem ser vistos, desde esta quarta-feira, na Biblioteca Nacional. O interessante é que os trabalhos do desenhista francês que estão expostos foram publicados na revista ‘Grillo’, que circulou no Brasil de 1971 a 1973, durante a ditadura militar. A mostra foi pensada como uma homenagem aos 17 mortos no atentado à publicação satírico parisiense.
Os trabalhos estão expostos no hall da Biblioteca Nacional. A maior parte dos desenhos retrata a personagem feminina Paulette, criada com o cartunista Georges Pichard. “Paulette era uma mulher de vanguarda, livre, sensual, muito sensual. Os conservadores e caretas podem não gostar”, comentou Renato Lessa, presidente da Biblioteca Nacional. Não por acaso, a revista ‘Grilo’ chegou a ser censurada pela regime militar.
Tirinhas e cartuns de Wolinsk publicados no Brasil estão expostos no hall da Biblioteca Nacional
Foto:  ABr
Além de homenagear as vítimas, a mostra das obras de Wolinski é uma manifestação simbólica em favor da liberdade de expressão e de criação. Segundo Lessa, o atentado contra o ‘Charlie Hebdo’ procurou atingir também o humor, “fundamental para estimular a crítica e o pensamento”.
“Rir é uma virtude cognitiva. O humor surpreende, desloca significados cristalizados, alarga a sensibilidade”, salientou Renato Lessa na mensagem de abertura da exposição. Por isso, segundo o presidente da Biblioteca Nacional, “a relação entre humor e liberdade é central para sociedades democráticas, nas quais nada deve ser sacralizado. Ninguém está a salvo do juízo crítico e da mordacidade”.
Mostra com desenhos do cartunista francês entrou em cartaz desde esta quarta
Foto:  ABr

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