Padre Omar: Perdão é outra coisa!
Promover o perdão no coração de quem é ofendido é uma obra de misericórdia
Rio - Nós gostamos de ajudar pessoas que amamos, sobretudo quando se encontram em conflitos emocionais. Já reparou? É uma espécie de senso comum a gente tentar acalmar os ânimos de alguém que se sentiu ofendido por outra pessoa, não é? Mas e quando somos nós que estamos nessa situação difícil? A Oração da Paz, atribuída popularmente a São Francisco, tem a seguinte súplica: “Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.”
Promover o perdão no coração de quem é ofendido é uma obra de misericórdia. Convencer alguém a superar o mal-entendido e a retomar a relação com quem o ofendeu é uma graça que o próprio Deus concede a nós. Mas será que a gente já parou pra pensar que esse “onde” da súplica pode ser o nosso coração? Sim, há vezes em que é ao nosso interior que é preciso levar perdão.
Importante esclarecer que o perdão é racional, viu? Ele não é emotivo. Porque, em momento de estresse e decepção, nosso emocional não vai conseguir. O perdão parte, sim, da razão, da pura e simples decisão de perdoar. Então, se você diz que não consegue perdoar, talvez seja por estar tentando achar causas emocionais. E aí é possível que nunca ache e nunca perdoe. Basta decisão. Eu posso, num momento de oração, dizer para Deus: “Senhor, eu fui muito ofendido, ferido, mas, por um ato da minha vontade, quero perdoar fulano. Ajuda-me a superar a dor que sinto.”
E quando falo de superar a ofensa sofrida, note bem que o verbo é “superar” e não “esquecer”, porque há quem diga que não perdoa porque não consegue esquecer... Quem esquece sofre de amnésia, ora! Perdão é outra coisa! Você não vai deixar de lembrar, mas, após o perdão, vai pensar na situação sem sofrimento e dor. Será apenas uma lembrança de um momento difícil.
Eu aprendi que perdoar nosso irmão nem é tão difícil, se entendemos que o perdão é racional. Difícil mesmo é perdoarmos Deus. Sim, porque, acabamos por achar que Deus é o culpado de algo que aconteceu e nos feriu. Isso é muito comum, quando morre alguém que amamos. É preciso aceitar que morrer faz parte da vida e que os tempos para as coisas acontecerem não competem a nós. Há momentos bons e ruins... E, assim, também perdoar Deus.
Mas a maior vítima da nossa falta de perdão sabe quem é? Nós mesmos! Muitas vezes nem nos damos conta de que estamos presos a uma dor do passado e até mesmo fazendo compensações absurdas ou pequenas torturas pessoais pela culpa que carregamos. Mas temos que nos perdoar! Somos imperfeitos e muito limitados... Se Deus me ama e está sempre disposto a me perdoar, por que eu preciso ser carrasco dos meus vacilos? Não preciso! Devo me perdoar e crescer na maturidade e na fé.
É um desafio visitar meu interior e levar a ele a decisão do perdão ao irmão, a Deus e a mim mesmo... Mas viver essa experiência é transformador! Topa não deixar a emoção falar mais alto que a razão e se abrir ao perdão? ‘Tamu junto’!
Padre Omar é o Reitor do Santuário do Cristo Redentor do Corcovado. Faça perguntas ao Padre Omar pelo e-mail padreomar@padreomar.com. Acesse também www.padreomar.come www.facebook.com/padreomarraposo
Promover o perdão no coração de quem é ofendido é uma obra de misericórdia. Convencer alguém a superar o mal-entendido e a retomar a relação com quem o ofendeu é uma graça que o próprio Deus concede a nós. Mas será que a gente já parou pra pensar que esse “onde” da súplica pode ser o nosso coração? Sim, há vezes em que é ao nosso interior que é preciso levar perdão.
Importante esclarecer que o perdão é racional, viu? Ele não é emotivo. Porque, em momento de estresse e decepção, nosso emocional não vai conseguir. O perdão parte, sim, da razão, da pura e simples decisão de perdoar. Então, se você diz que não consegue perdoar, talvez seja por estar tentando achar causas emocionais. E aí é possível que nunca ache e nunca perdoe. Basta decisão. Eu posso, num momento de oração, dizer para Deus: “Senhor, eu fui muito ofendido, ferido, mas, por um ato da minha vontade, quero perdoar fulano. Ajuda-me a superar a dor que sinto.”
E quando falo de superar a ofensa sofrida, note bem que o verbo é “superar” e não “esquecer”, porque há quem diga que não perdoa porque não consegue esquecer... Quem esquece sofre de amnésia, ora! Perdão é outra coisa! Você não vai deixar de lembrar, mas, após o perdão, vai pensar na situação sem sofrimento e dor. Será apenas uma lembrança de um momento difícil.
Eu aprendi que perdoar nosso irmão nem é tão difícil, se entendemos que o perdão é racional. Difícil mesmo é perdoarmos Deus. Sim, porque, acabamos por achar que Deus é o culpado de algo que aconteceu e nos feriu. Isso é muito comum, quando morre alguém que amamos. É preciso aceitar que morrer faz parte da vida e que os tempos para as coisas acontecerem não competem a nós. Há momentos bons e ruins... E, assim, também perdoar Deus.
Mas a maior vítima da nossa falta de perdão sabe quem é? Nós mesmos! Muitas vezes nem nos damos conta de que estamos presos a uma dor do passado e até mesmo fazendo compensações absurdas ou pequenas torturas pessoais pela culpa que carregamos. Mas temos que nos perdoar! Somos imperfeitos e muito limitados... Se Deus me ama e está sempre disposto a me perdoar, por que eu preciso ser carrasco dos meus vacilos? Não preciso! Devo me perdoar e crescer na maturidade e na fé.
É um desafio visitar meu interior e levar a ele a decisão do perdão ao irmão, a Deus e a mim mesmo... Mas viver essa experiência é transformador! Topa não deixar a emoção falar mais alto que a razão e se abrir ao perdão? ‘Tamu junto’!
Padre Omar é o Reitor do Santuário do Cristo Redentor do Corcovado. Faça perguntas ao Padre Omar pelo e-mail padreomar@padreomar.com. Acesse também www.padreomar.come www.facebook.com/padreomarraposo
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