segunda-feira, 6 de outubro de 2014

'Entra para história ex-favelado que virou senador da República', diz Romário

Mais um título para o ex-jogador: recorde no Rio em número de votos para o Senado

CHRISTINA NASCIMENTO
Rio - Ele acumulou títulos nos campos de futebol. E neste domingo, sagrou-se campeão de novo. Em número de votos no Rio para senador. Com mais de 63% nas urnas, o ex-jogador e deputado Romário (PSB) foi eleito. Seu total de votos (4.683.963) chega perto da soma de Luiz Fernando Pezão e Marcelo Crivella: 4.860.673, os candidatos que disputarão o segundo turno para governador do Estado do Rio.
O craque da bola e das urnas venceu nomes conhecidos como César Maia (DEM), Liliam Sá (Pros) e Carlos Lupi (PDT). “Partida só se ganha quando o juiz apita o final do jogo”, disse o Baixinho, ao votar em Parada de Lucas. No Facebook, ele definiu sua trajetória: “Hoje, entra para história um ex-favelado que virou senador da República.”
'Eu sempre, na minha vida, só entro em algum tipo de competição onde tenho, no mínimo, 50% de chance. Senão, nem disputaria'
Foto:  Maíra Coelho / Agência O Dia
Derrotado, Cesar Maia disse que a vitória de Romário foi legítima. “Foi a preferência do eleitorado do Estado do Rio de Janeiro, em todas as regiões”, limitou a declarar o político do DEM, através de sua assessoria. Para o cientista político do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj João Feres Junior, a derrota de César Maia se deve a má gestão quando era prefeito do Rio. A derrota de um político técnico por um que conta com seu histórico fora da política pesou. “O Romário aliou a crítica contra a política à sua imagem de jogador. Mas no geral nem todos os candidatos que são criados conseguem tantos votos”, acrescentou. 
'A vitória do deputado Romário foi legítima. Ele foi a preferência do eleitor. Nos cabe é cumprimentá-lo'
Foto:  Estadão Conteúdo
Romário votou acompanhado de sua filha Ivy, de 9 anos, e se recusou a usar a prioridade de candidato e ficou 36 minutos na fila de votação. Mais tarde, após a vitória confirmada, ele disse que vai cumprir o mandato até o fim. “Não pretendo me ausentar para me candidatar a prefeito”, prometeu o político. 
Ao falar da última pesquisa do Datafolha, em que aparecia com 62% das intenções de voto, sinalizou que esperava boa aceitação nas urnas. “Eu sempre, na minha vida, só entro em algum tipo de competição onde tenho, no mínimo, 50% de chance. Se eu tivesse menos que isso, com certeza não teria disputado”, disse o Romário. “Político não tem que ter anos de experiência, não tem que ser mais velho ou mais novo. Político tem que ser objetivo, honesto e trabalhar”, completou. O senador eleito disse que não decidiu quem vai apoiar no segundo turno para presidente. A decisão, segundo o ex-jogador, sairá após conversa com o grupo partidário de Marina Silva.
Festa na vitória e desabafo emocionado em rede social
Romário acompanhou a apuração de seu comitê, na Barra, e à noite postou, emocionado, mensagem sobre sua vida no Facebook: “Com 4 milhões e 683 mil e 572 votos (99,99% das urnas apuradas) sou o senador mais bem votado da história do Estado do Rio de Janeiro. Meus pais, nem no melhor dos cenários, imaginariam que aquele menino que saiu da maternidade numa caixa de sapatos, ocuparia um dos cargos mais altos da República... Só tenho a agradecer às pessoas que me confiaram o voto. Este cenário eleitoral comprova que a população cansou de votar em bem nascidos e querem ver o seu espelho no Congresso...”
Ele negou que tenha se mantido distante de Lindberg Faria e Marina Silva na campanha. E revelou o segredo deste sucesso: “Percorri os 92 municípios do estado. Estive em todos os lugares: comunidades, feiras, calçadões”.

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