domingo, 5 de julho de 2015

Blatter diz que Sarkozy e Wulff tentaram influenciar em escolhas dentro da Fifa

Interferência política não é permitida pela entidade

REUTERS
Alemanha - O presidente da Fifa, órgão máximo do futebol mundial, afirmou a um jornal alemão que presidentes de França e Alemanha tentaram exercer pressão política antes que Rússia e Catar fossem anunciados como anfitriões das próximas duas Copas do Mundo.
Em meio ao emaranhado de denúncias de corrupção envolvendo a principal entidade futebolística do mundo, incluindo aí os processos de escolha das sedes das próximas Copas do Mundo, Blatter, especificamente, não foi acusado de nenhuma malfeitoria, mas mantém consigo um advogado.
Joseph Blatter revelou que políticos tentaram interferir dentro da Fifa
Foto:  Efe
Em matéria publicada neste domingo, o jornal Welt am Sonntag cita Blatter como autor das seguintes frases: "Antes da Copa do Mundo ser anunciada para Rússia e Catar, houve duas intervenções políticas."
"O senhor (Nicolas) Sarkozy e (Christian) Wulff tentaram influenciar seus representantes na votação. Portanto, nós agora temos uma Copa do Mundo no Catar. A pessoa que decidiu isso deveria também assumir a responsabilidade", acrescentou.
A Reuters não conseguiu estabelecer contato imediatamente com o escritório de Sarkozy ou de Wulff para repercutirem as declarações. Ao Welt am Sonntag, no entanto, Wulff negou qualquer tentativa de influência externa.
Em maio, as autoridades suíças prenderam sete funcionários da Fifa como parte de uma investigação a respeito de um escândalo mundial de propinas no esporte. O Departamento de Justiça norte-americano pediu à Suíça que extraditasse os sete para os EUA.
Também em maio, promotores norte-americanos acusaram nove atuais e ex-membros da Fifa e cinco empresários do marketing esportivo que teriam conexão com o esquema de corrupção no futebol.
Segundo o Welt am Sonntag, Blatter teria dito que a Federação Alemã de Futebol, a DFB, teria "recebido a recomendação (de Wulff) de que a Alemanha deveria votar no Catar por interesses econômicos."
A Fifa diz que a frase de Blatter procede.
O presidente da UEFA Michel Platini já disse repetidas vezes que ninguém pediu que ele votasse no Catar. "Nem Sarkozy nem ninguém", disse ele ao jornal L'Equipe há um ano. No entanto, ele admitiu que ele e Sarkozy tiveram um almoço com pessoas do Catar.
"É verdade que, quando fui convidado para um almoço em privado com o presidente e me vi ao lado de pessoas do Catar, eu entendi que aquela era uma mensagem subliminar. Mas eu nunca fui instado a votar neles", disse Platini ao L'Equipe.
Blatter anunciou no último dia 2 de junho que irá renunciar do cargo de presidente da Fifa depois de eleições que provavelmente ocorrerão ainda neste ano ou no começo de 2016.
Blatter também disse ao jornal que ele precisaria de uma "fase de recuperação" e afirmou que estaria limitando seus planos de viajar devido à investigação.
"Eu não vou assumir riscos de viagens até que tudo seja esclarecido", disse.Ele, no entanto, afirmou que estará em Moscou no fim de julho para o sorteio das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. "Estarei lá", disse.
Um advogado baseado nos Estados Unidos havia dito na última semana que Blatter não viajaria para o Canadá para a final da Copa do Mundo feminina por motivos pessoais.
A Reuters não conseguiu concluir por que Blatter decidiu não ir à final em Vancouver.
    Tags: Blatter , Fifa , França , Alemanha

    Nenhum comentário: