Após denúncias, conta de supermercado de Renan cai à metade
Lista de compras da presidência do Senado está orçada agora em R$ 43 mil. Alguns itens não serão mais adquiridos, como camarão cotado a R$ 115 o quilo
Após uma tentativa frustrada de realizar uma licitação inflada, o Senado cortou pela metade a previsão de gastos com a compra de produtos alimentícios e de limpeza para abastecer a residência oficial do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). No novo edital de compras do Senado, os gastos com o supermercado da residência de Renan, inicialmente previstos em R$ 98 mil, caíram para R$ 43 mil – uma redução de 56%. As compras valem para um período de seis meses.
O procedimento licitatório para abastecer a casa oficial de Renan foi cancelado há um mês, quando o iG revelou o teor da licitação. Na época, o Senado cancelou o certame afirmando ter em vista “medidas de racionalização administrativa adotadas por esta Casa Legislativa e a necessidade de reavaliação dos processos de contratação”.
Na nova lista de compras de Renan, houve o corte de 82 itens dos 270 inicialmente previstos. A maior diminuição de despesas foi com o açougue da presidência da casa. Somente com a compra de carnes, peixes ou frango, a Casa reduziu os gastos inicialmente previstos em R$ 44,3 mil para pouco mais de R$ 10 mil. No total, dos 42 tipos de carnes, peixes, frutos do mar ou frango pedidos anteriormente pelo presidente do Senado, agora serão comprados apenas 15 itens.Entre os itens cortados, estão os camarões especiais pedidos pelo pemedebista. No procedimento licitatório cancelado, o Senado pretendia gastar R$ 2,3 mil em 20 quilos do crustáceo de tamanho médio. Isso representava uma média de R$ 115 por quilo do produto. O Senado também estimava gastar R$ 2,7 mil em 25 quilos do camarão vermelho “G” – uma cota de aproximadamente R$ 110 por quilo. Também foram suprimidos da nova lista de compras de Renan outros itens como carvão, e carnes para churrasco, como coração de frango e linguiça para churrasco.
Outros itens sofreram redução substancial em sua quantidade, como o filé mignon. Inicialmente, o Senado pretendia comprar 100 quilos de carne, mas agora, o presidente do Senado pretende consumir apenas 60 quilos em um período de seis meses. A casa também reduziu pela metade a previsão de consumo de filé de abadejo (inicialmente eram 40 quilos e agora serão 20 quilos) e pretende comprar apenas 20 quilos de postas de pescada e não mais 50 quilos de filé do peixe, como se estimava na licitação cancelada em outubro.
O novo procedimento licitatório será realizado na semana que vem e, desde o cancelamento do certame inicial, conforme informações do próprio Senado, o presidente da Casa passou a fazer o supermercado da residência oficial com o dinheiro do próprio salário.
Reportagem de Wilson Lima
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