domingo, 4 de agosto de 2013

Firjan tem sua primeira disputa eleitoral em 18 anos

Firjan tem sua primeira disputa eleitoral em 18 anos

Em busca do sétimo mandato, Eduardo Eugenio diz ter apoio da maioria dos sindicatos. Oposição fala em renovação

AURÉLIO GIMENEZ
Com um orçamento de R$1,1 bilhão por ano, 104 sindicatos de empresas filiados que representam 10.237 indústrias, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) está em processo eleitoral de escolha do novo presidente da entidade para os próximos três anos. E, depois de 18 anos à frente da entidade e seis mandatos, o atual presidente, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, vai enfrentar uma chapa de oposição. Do lado oposto está um adversário de peso: Ariovaldo Rocha, atual presidente do Sindicato da Construção Naval (Sinaval).
A briga promete ser boa. Enquanto Eduardo Eugenio defende a continuidade do trabalho que vem realizando e diz ter a maioria dos sindicatos o apoiando, Ariovaldo Rocha afirma ser a renovação e que a atual gestão da entidade não representa mais os interesses da classe.
Além do alto orçamento, a federação tem forte atuação, por meio do Sistema S, em capacitação profissional, educação, saúde e cultura. Fazem parte do Sistema Firjan, o Senai, o Sesi, o Instituto Euvaldo Lodi (Iel) e o Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ).
Dia 19, representantes de 104 sindicatos vão eleger novo presidente que estará a frente de 10 mil indústrias
Foto:  Divulgação
Além das lutas nacionais, como a redução da tarifa da energia elétrica e os portos funcionando 24 horas, Eduardo Eugenio diz que um dos grandes avanços da entidade foi fazer com que as empresas saíssem de dentro dos muros, indo de encontro à sociedade por meio da expansão do conhecimento e da formação profissional dos jovens.
Já Ariovaldo Rocha quer trazer para dentro da entidade a experiência adquirida por anos à frente do Sinaval. Segundo ele, a entidade perdeu a capacidade de agir, de ser uma parceira do Estado na atração de investimentos e dos sindicatos como incentivo para a geração de empregos, renda e desenvolvimento do Rio de Janeiro.
CONHEÇA OS CANDIDADOS
'Tenho uma ampla maioria que me apoia'
Atual presidente da Firjan, Eduardo Eugenio é nascido no Rio, tem 66 anos e é graduado em Engenharia pela então Universidade do Estado da Guanabara, hoje Uerj. Sua carreira profissional está ligada às indústrias química e petroquímica, particularmente ao Grupo Petróleo Ipiranga, do qual foi membro do Conselho Superior e ocupou cargos executivos.
1. Por que ser candidato novamente?
— Para dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito aqui. Tenho o apoio de uma ampla maioria, com cerca de 80 sindicatos. Enquanto o outro lado só tem 20.
2. Quais foram os avanços nesses seis mandatos à frente da entidade?
— No início, montamos uma estrutura com gestão profissional, reduzindo custos e a burocracia que havia. Investimos em Educação e na qualificação da mão de obra para as indústrias. Teve também as conquistas nacionais, recuperação da Indústria Naval, redução da tarifa de energia e funcionamento dos portos 24 horas.
3. Quais as próximas ações, se for reeleito?
— Continuar o trabalho de ampliar a infraestrutura do Rio de Janeiro.
'Há uma insatisfação do papel da Firjan'
Ariovaldo Rocha é formado em Administração de Empresas e Direito, tem 63 anos e nasceu em Barretos (SP). Trabalhou em diversas empresas, como Roche, Yanes, Liebherr. No Rio, iniciou a atividade profissional no Estaleiro Mauá. O reconhecimento do trabalho desenvolvido o levou à liderança do setor, como presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).
1. O que o levou a ser candidato?
— Um grupo de empresários da Região Serrana me procurou em maio porque estava insatisfeito com o papel da Firjan. Viram em mim uma alternativa real de mudança. Viram a experiência, como presidente do Sinaval, de ter participado da revitalização do setor naval no Brasil.
2. Quais principais pontos de sua plataforma?
— Nossas propostas estão calcadas em três pilares: participação, representação e ação. Como os sindicatos não participam das decisões da Firjan, não se sentem representados.
3. Por que a mudança?
— O quadro técnico da Firjan é altamente preparado. Porém, os estudos produzidos ficam nas gavetas.


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