sábado, 27 de julho de 2013

Marcos Espínola: Pecado e perdão

Marcos Espínola: Pecado e perdão

A vinda do Papa Francisco ao Brasil, realizando sua primeira viagem intercontinental, é histórica para o nosso país

O DIA
Rio - A vinda do Papa Francisco ao Brasil, realizando sua primeira viagem intercontinental, é histórica para o nosso país, especialmente para o Rio de Janeiro. Mais que a história em si, a vinda do Pontífice traz também uma mensagem que vai além da paz e da esperança que a imagem de um Papa por si só representa. Francisco traz consigo a simplicidade de um ser humano preocupado no bem coletivo, contrastando com o exemplo dado pelas autoridades que representam o povo brasileiro.
Já na sua chegada à cidade, o primeiro Papa das Américas mostrou para o que veio, dispensando certas formalidades e honrarias. Francisco fez questão de ir até onde o povo estava. Depois de mobilizar uma multidão no Centro do Rio, desfilando em carro aberto e sem qualquer cerimônia, foi ao Palácio Guanabara cumprir um ritual que mais atende às vaidades das autoridades brasileiras do que à sua própria vontade.
Enquanto a nossa presidenta buscava relacionar sua presença com o momento de manifestações populares vivido no país, Francisco, simplesmente, falou da sintonia entre Jesus Cristo, amor e juventude. Um recado claro de que sua missão transcende (e muito) as malícias e oportunismos, práticas enraizadas na classe política brasileira.
Chega a beirar a blasfêmia a presença de certos personagens, como o presidente do Senado, que, diferentemente da grande massa popular, teve o privilégio de apertar a mão da Santidade. Assistir à presença dele e à outra centena de políticos cumprimentando o Papa foi como ver o pecado e o perdão lado a lado. O único problema é que para o perdão ser consumado é preciso arrependimento, palavra fora do dicionário dos políticos brasileiros.

Advogado criminalista


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