Petrobras e subsidiárias têm estoques estratégicos de combustíveis, dizem petroleiros
OSNI ALVES
Rio - A população não precisa correr às bombas para encher o tanque por conta de uma suposta falta de combustíveis decorrente da greve dos petroleiros. Isto porque a Petrobras e suas subsidiárias possuem estoques estratégicos de derivados para garantir o abastecimento, segundo o diretor de Políticas Sociais da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Paulo Cesar Martin. “Apesar disto, a paralisação segue por tempo indeterminado”, declarou.
Sindicalistas de todo o país se mantêm mobilizados para protestar contra o leilão da área do pré-sal
Foto: ABr
Secretário-Geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindipetro-RJ), Emanuel Cancella vai além, e esclarece que a categoria nunca colocou em risco o abastecimento de combustíveis para atividades essenciais à sociedade, “até porque isso é crime”, disse ao DIA, acrescentando que a paralisação reivindica a soberania nacional na exploração do petróleo e reajuste salarial de 12,86%. “Queremos a suspensão do leilão de Libra e uma nova proposta de aumento por parte da Petrobras”, frisou.
NA JUSTIÇA
Com relação ao leilão, a Advocacia Geral da União já derrubou sete das 19 ações que correm na Justiça contra o pregão, e 12 estão pendentes. Referente aos rendimentos da categoria, atualmente o salário dos petroleiros varia de R$ 715 a R$ 6.500 para trabalhadores de nível médio, e de R$ 3.500 a R$ 11.500 para os de nível superior.
“Nossa proposta de reajuste de 12,86% reúne 6,53% de reposição da inflação, de acordo com o Dieese, mais 5% de aumento real e 0,9% de produtividade conforme o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)”, explicou Paulo Cesar Martin, da FUP. “Nenhum país faz leilão de petróleo”, diz sindicalista
Cancella, do Sindipetro-Rio, ressaltou também outras atribuições da paralisação. “Gostaríamos de deixar claro que nenhum país no mundo faz leilão de petróleo. Quem faz pregão oferece áreas onde a empresa vencedora vai buscar o óleo, sendo que em Libra já se sabe da existência de 14 bilhões de barris, no mínimo”, declarou.
Os petroleiros querem 5% de aumento real; implantação do Fundo Garantidor para assegurar direitos dos trabalhadores terceirizados contra calote de empreiteiras; pagamento dos níveis salariais ganhos na Justiça pelos aposentados e pensionistas do Plano Petros; revisão do Plano de Cargos com avanço nas carreiras e promoções, além de melhores condições de trabalho.
A Petrobras ofereceu reajuste de 7,68% e uma gratificação equivalente a uma remuneração, além das cláusulas sociais, relacionadas a plano de saúde, benefícios educacionais, saúde, segurança e outros. Civis e militares montarão pontos de interceptação
Policiais civis e militares montarão pontos de interceptação na Barra e equipes de delegacias serão reforçadas. O Exército fará a segurança no entorno do Hotel Windsor, onde, às 15 horas, acontecerá o leilão. A praia próxima será fechada aos banhistas.
A presidenta Dilma Rousseff não virá ao Rio. A decisão não é recente, pois foi anunciada semanas após a Agência Nacional do Petróleo (ANP) organizar os termos para as licitações do pré-sal. “Nem quando era ministra participei de leilões de petróleo. Não teria sentido agora”, disse. Para analistas, a decisão é estratégica e visa resguardar a presidenta da efervescência das ruas.
O governo justifica o pregão com base em uma possível falta de recursos financeiros e tecnológicos, ou seja, a Petrobras não teria equipamentos para a extração do óleo. Além disto, o dinheiro captado com o leilão será empregado, em parte, na saúde e na educação públicas.
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