quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Presidente italiano será chamado a depor como testemunha em caso da máfia

Presidente italiano será chamado a depor como testemunha em caso da máfia

Napolitano foi listado entre as testemunhas no inquérito, segundo o qual a máfia siciliana ofereceu interromper atentados em troca de sentenças mais brandas

REUTERS
Itália - Uma corte da Sicília vai convocar o presidente italiano, Giorgio Napolitano, como testemunha em uma investigação sobre supostas conversas secretas entre a máfia e o Estado no contexto de atentados a bomba há duas décadas, disseram fontes judiciais nesta quinta-feira.
Napolitano foi listado entre as testemunhas no inquérito, segundo o qual a máfia siciliana ofereceu interromper os atentados que mataram 21 pessoas no início dos anos 1990, incluindo os juízes Giovani Falcone e Paolo Borsellino, em troca de sentenças mais brandas e melhores condições para gângsteres condenados.
Em um comunicado, o gabinete de Napolitano disse que ele aguardava para avaliar o texto completo da ordem judicial. O atual presidente do Senado, Pietro Grasso, um ex-promotor em casos contra a máfia em Palermo, onde o inquérito está sendo conduzido, também será chamado a testemunhar.
Presidente italiano é chamado a depor em caso da máfia siciliana
Foto:  Reprodução Internet
Fontes judiciais disseram que o chefe de Estado seria interrogado sobre conversas entre o ex-ministro do Interior Nicola Mancino e o antigo assessor jurídico presidencial Loris D'Ambrosio, mas que Napolitano não seria questionado sobre o conteúdo de conversas telefônicas grampeadas com Mancino.
Mancino está entre seis ex-autoridades policiais e do Estado que os promotores querem processar por acusações relacionadas às supostas negociações, junto com seis outras personalidades ligadas à máfia.
Napolitano entrou no caso quando promotores grampearam o telefone de Mancino e gravaram quatro ligações feitas por ele para o presidente. Em partes das escutas publicadas por jornais, Mancino reclama dos promotores e parece pedir ajuda ao presidente.
A mídia italiana informou em abril que as gravações teriam sido destruídas, de acordo com uma ordem da corte constitucional emitida no ano passado.
Essa decisão aliviou a pressão sobre o presidente, de 88 anos, visto como garantidor da frágil coalizão italiana no poder, mas a nova convocação para testemunho ameaça reabrir a desconfortável questão.

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