Rio -  Desconfiança de uns, ansiedade de outros. Esta era a maior fonte de expectativa para o ensaio técnico da Mangueira, realizado no último domingo. Enquanto todos esperavam pelo primeiro teste da "Surdo Um" em dose dupla na Marquês de Sapucaí, a Verde e Rosa se mostrava pronta para mais um teste de fogo.
Mais uma etapa do trabalho dos mestres Aílton e Marrom foi colocada em prática naPassarela do Samba, e o resultado esteve dentro do esperado pela escola. Com a ideia de desfilar com duas baterias em ação, a Mangueira realizou seu ensaio técnico de maneira tranquila, e sob os olhares do grande público presente, a Surdo Um se apresentou alternando as apresentações de suas duas metades.
Mestre Aílton vibra durante ensaia da Mangueira na Sapucaí | Foto: Ricardo Almeida / Divulgação
Mestre Aílton vibra durante ensaia da Mangueira na Sapucaí | Foto: Ricardo Almeida / Divulgação
Posicionadas de maneira subsequentes durante o ensaio, as baterias desempenharam o que era esperado pela direção. O bom sincronismo na alternância das mesmas foi o mais comemorado pela agremiação, que conseguiu sobrepor a desconfiança e concluir mais uma etapa do projeto. Em conversa com o DIA na Folia, Mestre Aílton falou um pouco do trabalho que vem sendo realizado.
Dia na Folia: Como surgiu a ideia de desfilar com duas baterias em ação?
Aílton: Foi mais uma ideia do presidente Ivo. Ele criou esse projeto e nos passou para que pudéssemos fazer o trabalho. Uma grande união, a união da ideia do nosso presidente e o nosso trabalho está fazendo com que isso tudo se torne real. Era um sonho dele que agora é nosso também.
Qual foi a sensação de ver o projeto sendo executado na Avenida?
Foi incrível. Um grande sinal de que estamos no caminho certo. Estão sendo meses de trabalho muito árduo, estamos recebendo novos componentes para que a segunda bateria seja formada, tudo em um grande desafio. Nosso foco é conseguir fazer com que esta bateria nova tenha a cara, o suingue e a pegada da Mangueira. Vamos continuar trabalhando para que no dia do desfile tudo saia da melhor maneira.
Sem concorrente: Gracyanne Barbosa reinou absoluta à frente das baterias | Foto: André Mourão / Agência O Dia
Gracyanne Barbosa reinou absoluta à frente das baterias | Foto: André Mourão / Agência O Dia
O fato da Mocidade ter desfilado com uma mescla de baterias mirim e adulta em 1969 vem sendo comentado. Este fato incomoda o trabalho de vocês?
Bom, nós vivemos em um mundo que todos tem o direito de expressar seus pontos de vista. Existem pessoas que gostam do carnaval e mostram seu lado crítico em busca do auxílio ao espetáculo, outras acabam querendo desmerecer um pouco o trabalho. Nós estamos muito focados e centrados no nosso projeto, e o fato de ter ocorrido algo semelhante não irá atrapalhar em nada no nosso ideal.
Qual foi sua visão geral do ensaio realizado no último domingo?
Teve uma grande valia. Pudemos avaliar como está o andamento do nosso projeto. Avistamos o que está bom e o que precisamos melhorar. Tenho um olhar bem crítico diante do nosso trabalho e irei trabalhar exaustivamente para que tudo saia da melhor maneira possível. Diante do que vi, sei aonde continuar trabalhando, o foco é apararmos as arestas que são necessárias para que o trabalho chegue ao seu ápice no desfile.
O que esperar do desfile da 'Surdo Um em Dose Dupla'?
Dedicação. Nós temos um horizonte, começamos uma ideia e estamos desenvolvendo o nosso projeto. O ensaio técnico foi mais uma etapa que conseguimos concluir, agora é trabalhar na reta final e mostrar a conclusão de todo um processo no desfile.