Atividades em Santa Teresa vão lembrar tragédia que provocou seis mortes e tirou bondinhos antigos de circulação
O DIA
Rio - Dois anos se passaram e o principal símbolo e meio de transporte de Santa Teresa segue desativado. Os tradicionais bondinhos foram colocados definitivamente para fora dos trilhos depois do acidente que matou seis pessoas e feriu mais de 50 em 27 de agosto de 2011. No lugar deles será instalado um novo sistema, com previsão de entrega para 2014. As obras de troca dos trilhos já começaram e os novos bondes serão desenvolvidos pela empresa portuguesa Carris e pela Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central).
Enquanto isso, uma série de atividades, promovida pela associação de moradores do bairro (Amast) vai marcar o segundo aniversário da tragédia e a luta pela manutenção do bondinho de Santa. Hoje, músicos e moradores se reúnem no Largo dos Guimarães para uma manifestação político e cultural. “O ato se chama ‘Do Luto à Luta’ e é em memória a tudo o que Santa Teresa perdeu: as vidas, a mobilidade e o bonde”, conta Jacques Scwarzstein, diretor de transportes da Amast.
Neste domingo, uma missa às 11h homenageia as seis pessoas que perderam a vida na tragédia. E na terça, quando o acidente completará dois anos, uma manifestação está sendo organizada para ser realizada em frente à casa do governador Sérgio Cabral, no Leblon. “Nossa intenção é lembrar que ele nos deve atenção e que queremos o nosso bonde de volta”, diz Jacques.
Em folheto que vem sendo distribuído pelo bairro, a Amast relata que não tem conhecimento do estado de conservação dos bondes antigos, e critica a compra de novos veículos. “Os bondes históricos estão protegidos? O que será feito deles?” indaga Jacques. Em nota, a Secretaria Estadual da Casa Civil informou que “os bondes estão guardados na oficina/garagem, protegidos da ação do tempo”. No dia 28, quarta-feira, haverá uma reunião entre a Amast e a governo.
Reforma custará R$ 110 milhões
A reforma total do sistema está avaliada em R$ 110 milhões. Está prevista a integração com a Lapa, além da manutenção da identidade visual dos bondes. A Casa Civil ainda vai decidir o que fazer com os bondinhos antigos, inclusive os comprados em 2008.
A Casa Civil informou que os as obras de troca dos trilhos, em fase inicial, têm previsão de término para o primeiro semestre de 2014. “Não foi feito nenhum contato com a população para informar do impacto das obras”, reclama Jacques, da associação de moradores.
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