Prefeitura e Sepe entram em acordo
Nova votação será realizada na próxima segunda-feira para decidir os rumos da greve
Na segunda-feira, às 16h, haverá a primeira reunião do grupo de trabalho, com a presença do sindicato, que considera sua inclusão uma vitória. “Pela primeira vez o Sepe foi reconhecido como representante legal dos professores”, comemorou a coordenadora-geral Ivonete Conceição.
Profissionais da educação seguem lutando por melhorias para a classe
Foto: Fernando Souza / Agência O DiaSegundo a coordenadora do Sepe na capital, Rosilene Almeida, mesmo que a paralisação acabe, os educadores entrarão em “estágio de greve”: “Se a prefeitura não cumprir o acordo, voltamos com a paralisação”. Para ela, o atendimento de parte das reivindicações não vai desmobilizar a classe: “Houve avanços, mas agora a gente tem que participar do grupo de trabalho e fazer com que o plano de carreira seja o mais próximo do que a gente reivindica”.
As conquistas da categoria
Desde o início da greve, no dia 8, os professores pleiteavam um reajuste de 19%, plano de carreira unificado, um terço da carga horária para planejamento, participação do sindicato no grupo de trabalho para elaboração do plano de carreira, autonomia pedagógica, entre outras reivindicações.
Na reunião com a prefeitura, foram determinadas as seguintes mudanças: aumento de 8% no piso salarial de cada categoria (incluindo merendeiras, serventes, inspetores e professores, entre outros cargos), participação do Sepe no grupo de trabalho, abono das faltas nas paralisações promovidas pelo Sepe, desde 2009 e devolução de valores às faltas descontadas em greves promovidas este ano pelo Sepe.
Vereadores querem participar de grupo de trabalho
Antes da decisão de incluir o sindicato no Grupo de Trabalho, o vereador Reimont (PT), presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Vereadores, encaminhou um ofício ao prefeito, solicitando a participação do Sepe no grupo.
O documento propõe uma mesa de negociações permanentes e que o grupo de trabalho criado para elaborar o plano de carreira também inclua o Conselho Municipal de Educação e a Comissão Permanente de Educação e Cultura da Câmara. A solicitação foi assinada por 16 vereadores.
Na quinta, o Tribunal de Justiça do Rio concedeu liminar a professores da rede estadual em greve, impedindo o corte de ponto. Já o pedido de liminar para suspender o corte do ponto dos professores do município foi negado pela Justiça. O sindicato recorreu da decisão e o recurso ainda não foi julgado.
EDUCADORES DÃO UMA LIÇÃO EM MANIFESTAÇÃO
Enquanto as negociações aconteciam na sede da prefeitura, do lado de fora cerca de cinco mil professores e profissionais da área protestavam para pressionar o governo. A concentração começou às 9h, e, por volta das 14h, eles seguiram para a Cinelândia, pela Avenida Presidente Vargas.
A pista lateral da via foi fechada, no sentido Candelária, na altura da Avenida Passos. Houve retenção no trânsito e agentes da CET-Rio desviaram o tráfego pela Rua do Teleporto, para que os motoristas seguissem na direção da Rua Benedicto Hipólito.
Ainda em frente à prefeitura, os educadores comemoravam a primeira reunião com o prefeito: “É uma conquista. O prefeito dizia que não ia nos receber. Agora, durante a reunião, falou que nossa mobilização o fez voltar atrás, e que ele respeita nossa manifestação”, disse um dos manifestantes, no carro de som do sindicato. Os educadores também questionavam a falta de autonomia.
“Quem sabe do que o aluno precisa e suas dificuldades somos nós, professores. Mas estão tirando isso da gente”, reclamou o professor de educação Física, Marcelo Souza, 35. “Isso vai desde o material pedagógico até a forma que devemos tratar nosso alunos”, disse Ana Martins, 36.
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