domingo, 13 de outubro de 2013

Dia do Professor sem festa

Dia do Professor sem festa

Em meio a momento tenso, mestres contam ao DIA o que gostariam de ganharna próxima terça-feira

FLAVIO ARAÚJO E MARIA LUISA BARROS
Rio - Há 50 anos, o então presidente da República, João Goulart, decidiu prestar homenagem a todos os mestres do Brasil decretando 15 de outubro como o Dia do Professor. O ato instituiu feriado escolar nacional. A intenção era promover solenidades em que se enaltecesse a função do mestre na sociedade, com a participação de alunos e suas famílias.
Meio século depois, os profissionais de educação não têm muito o que comemorar. Em meio a uma greve que se arrasta há mais de dois meses — e sem solução à vista para impasse que ameaça o ano letivo nas redes municipal e estadual —, a educação pública enfrenta uma de suas piores crises.
“Quero valorização no dia 15. Precisamos que nossas reivindicações sejam ouvidas”
Foto:  Alexandre Vieira / Agência O Dia
Ouvidos pelo DIA , mestres contaram o presente que gostariam de ganhar terça-feira. “Quero respeito e dignidade. Não é possível que os governos não reconheçam a importância da educação na vida de todos nós”, diz o professor Alexandre do Nascimento Pires, 32 anos.
De acordo com pesquisa mundial que mediu o status dos docentes em 21 países e colocou o Brasil na penúltima posição, 45% dos brasileiros não encorajariam seus filhos a serem professores. “As famílias se orgulhavam de formar uma filha professora. Isso deveria ser resgatado”, deseja a mestre Virgínia Azambuja, 55.
O secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, disse que a hora/aula do professor no estado, em 2007, era R$ 8,43. Este ano está em R$ 16,65. “É menos do que merecem, mas houve avanços incluindo novo pacote de benefícios. Espero que os que estão em greve reflitam”, sugere. Procurada, a secretária municipal Claudia Costin não se manifestou.
Brasil na lanterna
Na terra dos Tigres Asiáticos, onde o magistério está no topo das profissões mais respeitadas, ex-alunos costumam celebrar o Dia do Professor enviando cartão ou levando presentes na casa de antigos mestres.
É assim na China e na Coreia do Sul, que expressam gratidão a seus professores nos dias 28 de setembro e 15 de maio, respectivamente. Gestos que ilustram o motivo pelo qual os dois países ocupam o primeiro e segundo lugares no Pisa, Programa de Avaliação Internacional de Estudantes, que mede os conhecimentos em Português, Matemática e Ciências. Por aqui, décadas de descaso levaram o país para a lanterna do ranking global do ensino de qualidade.Entre os 65 países pesquisados, o Brasil está na 53ª posição.
A Seeduc preparou programação comemorativa para os docentes, que pode ser consultada em www.rj.gov.br/educacao.

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