Editorial: Investida tola ao jornalismo
Biografias bem feitas são esplêndidas reportagens, no sentido mais puro e mais amplo da palavra
Rio - A estratégia da ‘Associação’ Procure Saber é clara: vitimizar-se. Artistas de quilate assim o fizeram para justificar o feio lobby contra biógrafos. Diante das críticas da sociedade à manobra, regressam ao coitadismo, agora soluçando diante do que chamam de reação “antidemocrática e ditatorial” dos escritores. É temerário o que essa pressão, que defende nebulosa “regulação” do ato de recontar vidas, pode conseguir. Se obtiver êxito nos tribunais, o Procure Saber conseguirá abrir tenebroso precedente contra o bom jornalismo.
Biografias bem feitas são esplêndidas reportagens, no sentido mais puro e mais amplo da palavra. Os autores rastreiam histórias, escrutinam números, ouvem centenas de pessoas, lidam com colossal volume de informações — e quase sempre sozinhos. Não enriquecem, como juram crer os integrantes do Procure Saber. Ao contrário: precisam abrir mão do emprego para dedicar-se à causa, num esforço diletante.
No jornalismo, assim como em qualquer profissão, há bons e maus profissionais. O Procure Saber parece querer nivelá-los por baixo, como se todos fossem tênias. Os artistas tentam entortar a Constituição a fórceps em nome da “inviolabilidade da vida privada” jurando respeitar a liberdade de expressão. Mas é nítido que, no olhar estrábico da ‘associação’, só vale a ‘expressão’ favorável.
As propostas do Procure Saber — cujo nome traz ironia sórdida, pois evoca o que o grupo tanto quer perseguir — não encontram paralelo. No Brasil de hoje e no mundo, existe a Justiça, que pune quem inventa e calunia. Querer antecipar-se ao julgamento dela é um ataque tolo.
Biografias bem feitas são esplêndidas reportagens, no sentido mais puro e mais amplo da palavra. Os autores rastreiam histórias, escrutinam números, ouvem centenas de pessoas, lidam com colossal volume de informações — e quase sempre sozinhos. Não enriquecem, como juram crer os integrantes do Procure Saber. Ao contrário: precisam abrir mão do emprego para dedicar-se à causa, num esforço diletante.
No jornalismo, assim como em qualquer profissão, há bons e maus profissionais. O Procure Saber parece querer nivelá-los por baixo, como se todos fossem tênias. Os artistas tentam entortar a Constituição a fórceps em nome da “inviolabilidade da vida privada” jurando respeitar a liberdade de expressão. Mas é nítido que, no olhar estrábico da ‘associação’, só vale a ‘expressão’ favorável.
As propostas do Procure Saber — cujo nome traz ironia sórdida, pois evoca o que o grupo tanto quer perseguir — não encontram paralelo. No Brasil de hoje e no mundo, existe a Justiça, que pune quem inventa e calunia. Querer antecipar-se ao julgamento dela é um ataque tolo.
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