sábado, 8 de novembro de 2014

Rio dá R$ 3,4 mi para a 'perifa'

Rio dá R$ 3,4 mi para a 'perifa'

Vencedores de edital terão que mapear territórios, encontrar produtores culturais e avisar que grafitagem, batalhas do passinho, hip hop e rolezinhos podem render R$ 40 mil

ANDRÉ BALOCCO
Rio - Mapear territórios, encontrar produtores culturais que ainda não sabem o valor de suas ações e avisar que grafitagem, batalhas do passinho, hip hop e rolezinhos podem render R$ 40 mil por ano. Esta é a missão de Djoser, Ronaldo Marinho e mais 13 jovens que venceram edital da Secretaria Municipal de Cultura para as comemorações dos 450 anos da cidade.
Quarta-feira eles se encontraram no Circo Crescer e Viver, na Praça 11, para os ajustes finais. A rede de jovens conectados já está montada — a missão dos meninos é contactá-las. “Mas não focaremos apenas em grupos com ações já em prática. Queremos eventos que, por algum motivo, estejam parados para transformá-los em fonte de renda”, conta Djoser, morador do Tabajaras e responsável pelo território da Zona Sul. Ao todo, a prefeitura dará R$ 3,4 milhões aos 85 vencedores.
Tiago, Luiz Fernando, Djoser, Isabela, Marcelo, Ádani e Ronaldo durante encontro no Crescer e Viver
Foto:  Divulgação
CCRP, o exemplo
Djoser, por exemplo, já vive da produção cultural de shows de bandas e eventos. Ele é um dos criadores do CCRP, o Circuito Carioca de Ritmo e Poesia, que bate ponto todas as terças na Praia de Botafogo. Lá, ele e amigos cantam, dançam e declamam poesias. Grafitagem e skate também fazem parte do caldeirão urbano. “Já são oito CCRPs em todo o Estado”, diz Djoser.
Foco no 'lado b'
O edital da prefeitura chama o projeto de Prêmio de Ações Locais — Edição Rio450. Nele, estão previstos prêmios para 20 Microempreendedores Individuais (MEIs) — gente que já trabalha na área — e outros 65 para pessoas físicas — que ainda não têm consciência de que podem viver com o que produzem. Destes 85, 50 devem estar nas zonas Norte e Oeste.
Meta é 60 inscrições por articulador
A meta dos 15 articuladores é conseguir 60 inscrições, cada um, no edital. Djoser, no entanto, sonha alto. “Acho que dá para chegar a 100”, afirma. Faz sentido, já que até menores, de 15 a 17 anos, podem se candidatar, desde que representados pelos pais. O projeto é comparado aos pontos de cultura do então ministro Gilberto Gil. “Para você ter uma ideia da grandeza deste projeto, a Funarte para 60 prêmios de R$ 10 mil para todo o país. Só aqui serão R$ 40 mil para cada um dos 85 jovens, além de um certificado de reconhecimento.”
Grafitaço no Borel
Os jovens do Boreart, galeria de arte a céu aberto no Borel, preparam um grafitaço, dia 29, para mudar a cara da Quadra da Figueira, no alto da comunidade. Sede de programas sociais e esportivos, o espaço receberá obras de artistas como Blopa, Tokim e Veterre, além de grafiteiros da favela. “Vamos gastar umas 15 latas de tinta”, prevê Isabela Santos, do coletivo.
Escadaria vira arte
A agenda dos jovens do Boreart, no entanto, não se resume ao Grafitaço na quadra e à reforma da escadaria da comunidade — que receberá obras a partir de sobras de azulejos, inspirada na Escadaria Selarón, na Lapa. No dia 6 será inaugurada a galeria de arte do Borel, com exposição de quadros em três casas da favela, sob a chancela do MAM.
Teleférico do Alemão
A Estação Baiana, do Teleférico do Alemão, receberá o evento ‘O Som do Barraco’, às 11h, com músicos do próprio complexo, misturando hip hop e MPB. Entrada franca.
Ação em Jardim Gramacho
Hoje a ONG Corrente pelo Bem fará uma ação social no Lixão de Jardim Gramacho. Quem quiser se juntar ao grupo pode levar alimentos não perecíveis e brinquedos.
A Anistia e o Negro
Amanhã a Anistia Internacional lançará a campanha ‘#JovemNegroVivo’, contra o extermínio de jovens negros. Das 10h às 16h, na pista de skate do Aterro do Flamengo.
Sarau em Nova Iguaçu
Sexta-feira o Sarau V se reúne em frente a Praça dos Direitos Humanos, no Centro de Nova Iguaçu, com o tema ‘Nosso Quilombo é a Rua’. A partir das 19h, entrada franca.
Estacionamento em UPP
Moradores do Santa Marta querem organizar o estacionamento na entrada da parte alta da favela, onde fica a UPP. O guia Thiago Firmino, um dos articuladores do encontro, está preocupado com o vale-tudo na área, que causa má-impressão a quem chega no morro.

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