Rio -  Dizem por aí que “quem é do Méier, não bobéier”. Fátima (Fernanda Torres) e Sueli (Andréa Beltrão), que voltaram a morar no bairro nesta temporada de ‘Tapas & Beijos’ após brigarem com seus companheiros e terem o aluguel do apê reajustado por Flavinha (Fernanda de Freitas), provavelmente já conhecem a expressão. Para ajudá-las na adaptação ao bairro, O DIA ouviu pessoas que conhecem bem a região.
De volta para o subúrbio | Foto: Divulgação
De volta para o subúrbio | Foto: Divulgação
Para a publicitária Evelyn Rosane, de 29 anos, moradora do Méier desde a infância, o melhor lugar para elas se enturmarem é o famoso Baixo Méier. “É o point, sem dúvida. É onde todo mundo se encontra para tomar um chope. É pertinho de casa, não precisamgastar dinheiro com táxi nem enfrentar o ônibus e ainda podem arrumar um gatinho”, opina.
O autor da série, Claudio Paiva, aprova o conselho da moradora. “Sueli e Fátima são duas mulheres que batalham para ganhar o dinheiro delas, passam horas no trânsito tentando chegar no trabalho e, no fim de semana, não dispensam um chope. O subúrbio está cheio de Suelis e Fátimas”, diz. De acordo com Fernanda Torres, realmente será fácil encontrar com Fátima e Sueli pelos botecos do subúrbio. “São duas mulheres comuns de se encontrar no ônibus, na repartição pública, batalhadoras, responsáveis, mas que gostam de sair, se divertir, são fogosas. As estatísticas comprovam, o subúrbio tem uma vida sexual mais ativa do que a Zona Sul, elas são a prova disso”, brinca.
Isabel de Andrade, de 50 anos, concorda com Fernanda. “Faz sentido. No subúrbio, as pessoas são mais disponíveis. Tem mais paquera, mais amor e nenhum preconceito. Olhou, gostou e ponto”, acredita. A operadora de telemarketing Mariana Lippi garante que tem uma boa dica para a dupla esquecer de vez Armane (Vladimir Brichta) e Jorge (Fabio Assunção). “O Cachambeer (na região do Grande Méier, no Cachambi) tem homens mais bonitos. O chope de lá é bom, também tem um bolinho de feijoada ótimo. Até o Eduardo Paes (Prefeito) já provou”, arrisca.
Suburbanas de coração
Andréa Beltrão e Fernanda Torres podem dar bons conselhos para suas personagens. A intérprete de Fátima nasceu e foi criada no subúrbio. “Minha família é a única que, entre os meus, migrou para a Zona Sul. Eu cresci entre a Ilha do Governador e a Tijuca. Era uma certa simplicidade do leite com Nescau e pão na chapa com manteiga, de brincar na rua e subir imunda no fim da tarde. Minha infância tem cheiro de subúrbio”, lembra Fernanda.
Apesar de nunca ter morado perto da linha do trem, Andréa tem boas lembranças da região. “Minha manicure da vida toda, Dilza, mora em Madureira e em todo aniversário dela rola um churrasco. Sempre que posso, eu vou. Cadeira de plástico, cerveja bem gelada, carne deliciosa, música, muita criança linda correndo pra lá e pra cá”, conta Andréa.
Assim como as funcionárias da ‘Djalma Noivas’, Andréa e Fernanda moram longe do trabalho e passam perrengue para chegar. “Eu moro a uma hora do serviço. Passei o primeiro ano angustiada com o trânsito, ansiosa para chegar em casa. Depois, resolvi ocupar esse tempo”, diz Fernanda.