sexta-feira, 31 de maio de 2013

Chile reabrirá caso de desaparecimento de médicos durante governo Pinochet

Chile reabrirá caso de desaparecimento de médicos durante governo Pinochet

Segundo dados de ONGs, mais de 3.200 pessoas morreram e 37 mil foram vítimas de prisões e torturas no período da ditadura

AGÊNCIA BRASIL
Santiago (Chile) - As autoridades do Chile deverão reabrir as investigações sobre o desaparecimento de dois ativistas políticos no período da ditadura do ex-presidente Augusto Pinochet (1973-1990). A reabertura será feita em decorrência de recursos impetrados por parentes e amigos. A Justiça chilena deverá investigar o desaparecimento dos médicos Hernán Henríquez e Alejandro Flores.
No governo Pinochet, segundo dados de organizações não governamentais, mais de 3.200 chilenos foram mortos, 37 mil pessoas foram vítimas de prisão forçada e torturas. Ainda estão abertas 1.104 ações sobre denúncias de violação de direitos humanos ocorridas no período. Há registros de 1.192 pessoas desaparecidas.
O caso de Henríquez e Flores deverá ser julgado pelo juiz Álvaro Mesa. Ele apura o desaparecimento de Henríquez e o envolvimento de 16 militares da Força Aérea de Chile. Os parentes contam com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo (que é alemã) e do grupo de advogados liderado por Roberto Garretón. A viúva do médico, Ruth Kries, disse que espera há 40 anos pela Justiça.
Henríquez era o chefe do Serviço Nacional de Saúde nas províncias de Malleco e Cautín (Araucanía). Ele e Alejandro Flores Rivera, que era o presidente da Federação dos Trabalhadores em Saúde, apresentaram-se de forma voluntárias às autoridades em 1973. Em seguida, foi dada a ordem de prisão domiciliar a ambos que, depois, foram detidos e desapareceram.
Kries contou que seu marido era o responsável pela assistência médica aos índios mapuches, que sofriam com elevadas taxas de mortalidade infantil e materna. “Até hoje não sei onde colocaram os restos mortais [do meu marido], já fomos a muitos lugares e temos feito o possível para obter a verdade e a justiça”, ressaltou.


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