quarta-feira, 29 de maio de 2013

Para conter inflação, taxa básica de juros sobe hoje

Para conter inflação, taxa básica de juros sobe hoje

Mesmo com Selic a 7,75% ao ano, poupança ficará mais atraente que fundo de renda fixa

AURÉLIO GIMENEZ E CASSIANO VIANA
Rio - O controle da inflação vai nortear hoje a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em elevar a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, ela está em 7,50% ao ano e a expectativa de instituições financeiras é que suba 0,25 por ponto percentual, indo a 7,75%. Com a alta, o BC tenta evitar que a inflação fuja do centro da meta de 4,5% ao ano estipulada pela equipe econômica. Hoje, o indicador está bem próximo do teto, em torno de 6,5% em 12 meses.
O barbeiro Agenor Agra diz que o movimento diminuiu desde o ano passado: “Piorou depois do Carnaval”
Foto:  Estefan Radovicz / Agência O Dia
“É o caminho. Não podemos concordar e viver com esse nível de inflação, sob o risco de perder o controle. Creio que a taxa básica de juros subirá aos poucos, atingindo os 8,25% em agosto, até a inflação iniciar a recuar”, diz o economista Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de Estudos e Pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac).
MELHOR RENDIMENTO
A entidade divulgou ontem estudo em que demonstra que a poupança — tanto a antiga quanto a nova — continua como o melhor investimento que os fundos de renda fixa com a elevação de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros. Conforme Ribeiro de Oliveira, como a poupança tem seu ganho garantido por lei — TR (taxa referencial) mais 6,17% ao ano e não sofre nenhuma taxação, os seus rendimentos são mais atrativos. Isso porque os fundos de renda fixa possuem tributação do imposto de renda, além de ter taxa de administração.
Elevação dos preços assusta
Mesmo a poupança nova, com rendimento de 70% da taxa básica mais a variação da TR, continua mais vantajosa que a maioria dos fundos de investimentos, informa o estudo da Anefac.
Segundo Ribeiro de Oliveira, a poupança nova só perde para os fundos, quando a taxa de administração destes for a mais baixa (de 0,50% ao ano), o que normalmente só ocorre para aplicações de valores acima de R$ 50 mil.
Professor de Finanças do Ibmec-RJ, Gilberto Braga afirma que a inflação é sentida pela população, sobretudo no caixa do supermercado na hora de pagar os alimentos. “O cidadão tolera o aumento dos preços, mas não o desequilíbrio orçamentário. Ou seja, quando os preços sobem mais do que os salários”, diz Braga, apostando na elevação da Selic, como forma de controlar a inflação.
Nas ruas do Rio, todos comentam que a inflação veio para ficar. O barbeiro Agenor Agra diz que o número de clientes no salão caiu. Já o aposentado Moacir Menezes afirmou que os salários não acompanham a alta dos preços.



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