Polícia faz plano para consolidar a paz no Alemão
Após tiros atrasarem corrida, moradores e lojistas reclamam que são obrigados a aumentar produtos para repassar ‘ágio’ a bandidos
Rio - A Polícia do Rio prepara uma estratégia para garantir a paz no Complexo do Alemão. O plano foi discutido ontem em reunião entre diversos setores da Segurança.
No domingo, bandidos fizeram disparos na hora da corrida Desafio da Paz, com a presença do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame — em uma ousada tentativa de intimidação.
Comerciantes denunciam que criminosos os obrigam a cobrar ‘ágio’ sobre o preço dos produtos e repassar a diferença à quadrilha, enfraquecida com a queda na venda de drogas.
Em Olaria, lojas de uma rua foram assaltadas no sábado, em represália porque os comerciantes não seguiram a ordem de fechar as portas.
Comerciantes denunciam arrastão em lojas sábado
No entorno do Alemão, comerciantes contaram com detalhes como foi proposta a ação do tráfico, que determinou o fechamento de lojas semana passada, e as consequências para quem não respeitou.
“Um rapaz parou de moto e disse que era do Comando Vermelho. Falou que voltaram para o Alemão e que tinha uma parceria para fazer. Se a gente respeitasse, ninguém iria nos assaltar. Mas deveríamos fechar as portas quando eles mandassem. Fizemos isso na quinta-feira, mas o movimento caiu muito porque os clientes estão com medo”, contou um comerciante.
Em Olaria, alguns comerciantes não atenderam à determinação. O resultado foi um arrastão na Praça Bel Monte, na Rua Delfin Carlos. Bandidos chegaram a fechar a via. “Estão roubando carros também. Moradores de primeiro andar de prédios não ficam mais com janelas abertas. À noite, as pessoas evitam sair com medo de novos ataques”, disse uma moradora.
Apavorados, outros comerciantes não quiseram comentar o assunto, mesmo com a presença ostensiva da polícia, que reforçou a segurança na região.
Identificados bandidos que atiraram
Policiais estão apreensivos
As ações do tráfico na região têm deixado até os policiais das UPPs apreensivos. “O problema é à noite, quando o efetivo é reduzido. Há três semanas, todas as noites há tiros. Às segundas e sextas-feiras são os dias com disparos mais intensos, após as 23h”, contou um PM.
Os frequentes ataques no Alemão e na Penha já mataram dois policiais, outros foram feridos. Em 22 de julho do ano passado, a soldado Fabiana Aparecida de Souza, foi morta após ataque à UPP Nova Brasília.
No mesmo dia, PMs também foram atacados na Pedra do Sapo. Um mês depois, o soldado Vinícius Barbosa Ferreira foi baleado encurralado por traficantes.
No domingo, bandidos fizeram disparos na hora da corrida Desafio da Paz, com a presença do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame — em uma ousada tentativa de intimidação.
Desta vez, ao contrário de tempos pré-UPP, a polícia conta com um forte aliado: os próprios moradores do complexo e bairros vizinhos, que pedem a permanência da PM e denunciam as ações dos bandidos.
A Secretaria de Segurança não entrou em detalhes sobre a estratégia, mas já providenciou reforço de 30% no policiamento desde domingo. O efetivo será aumentado em até dois meses. Ontem, policiais revistavam carros e pedestres nas entradas do complexo.
A Polícia Civil identificou os bandidos que atiraram na hora da corrida. Os nomes estão sob sigilo.Comerciantes denunciam que criminosos os obrigam a cobrar ‘ágio’ sobre o preço dos produtos e repassar a diferença à quadrilha, enfraquecida com a queda na venda de drogas.
Em Olaria, lojas de uma rua foram assaltadas no sábado, em represália porque os comerciantes não seguiram a ordem de fechar as portas.
Moradores, que temem se identificar, dizem que reconhecem alguns bandidos que fugiram em 2010 com a ocupação da polícia e agora tentam reimplantar o tráfico na região. “Reapareceram mais velhos. Foi um choque. Não querem papo com a população. Disseram que nós que os entregamos à polícia, e que vamos nos ferrar por apoiar a entrada das UPP”, disse um homem.
Uma funcionária da estação do teleférico contou que deixou de frequentar o comércio do Campo da Ordem, de onde foram feitos disparos no dia da corrida, porque nas últimas semanas o ponto passou a ser usado como esconderijo de bandidos.
“Há alguns estabelecimentos que passaram a funcionar apenas dois dias na semana por imposição do tráfico. Fico com pena dos donos, que são batalhadores e não sabem como lidar com a situação”, denunciou uma moradora.Comerciantes denunciam arrastão em lojas sábado
No entorno do Alemão, comerciantes contaram com detalhes como foi proposta a ação do tráfico, que determinou o fechamento de lojas semana passada, e as consequências para quem não respeitou.
“Um rapaz parou de moto e disse que era do Comando Vermelho. Falou que voltaram para o Alemão e que tinha uma parceria para fazer. Se a gente respeitasse, ninguém iria nos assaltar. Mas deveríamos fechar as portas quando eles mandassem. Fizemos isso na quinta-feira, mas o movimento caiu muito porque os clientes estão com medo”, contou um comerciante.
Em Olaria, alguns comerciantes não atenderam à determinação. O resultado foi um arrastão na Praça Bel Monte, na Rua Delfin Carlos. Bandidos chegaram a fechar a via. “Estão roubando carros também. Moradores de primeiro andar de prédios não ficam mais com janelas abertas. À noite, as pessoas evitam sair com medo de novos ataques”, disse uma moradora.
Apavorados, outros comerciantes não quiseram comentar o assunto, mesmo com a presença ostensiva da polícia, que reforçou a segurança na região.
Identificados bandidos que atiraram
A Polícia Civil identificou os bandidos que dispararam os tiros antes da corrida domingo, mas não divulgou a identidades dos criminosos para não atrapalhar as investigações. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, de janeiro até agora, policiais da 22ª DP (Penha) prenderam 12 traficantes que agiam no Complexo da Penha.
“Não vamos nos iludir que em dois anos e meio (tempo que a região está pacificada) vamos resolver esse problema. Esse é um trabalho permanente, é um processo em que a gente tem que ter perseverança. Só se ganha essa luta com coragem, perseverança e fé. E nós temos”, disse o governador Sérgio Cabral.
Há uma semana o comando da UPP do Alemão foi mudado. Assumiu o posto o major Marcio Varela, que ocupou o lugar deixado pelo capitão Joel Costa Filho.Policiais estão apreensivos
As ações do tráfico na região têm deixado até os policiais das UPPs apreensivos. “O problema é à noite, quando o efetivo é reduzido. Há três semanas, todas as noites há tiros. Às segundas e sextas-feiras são os dias com disparos mais intensos, após as 23h”, contou um PM.
Os frequentes ataques no Alemão e na Penha já mataram dois policiais, outros foram feridos. Em 22 de julho do ano passado, a soldado Fabiana Aparecida de Souza, foi morta após ataque à UPP Nova Brasília.
No mesmo dia, PMs também foram atacados na Pedra do Sapo. Um mês depois, o soldado Vinícius Barbosa Ferreira foi baleado encurralado por traficantes.
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