Morte de PM do Bope deve antecipar UPP
Pacificação pode chegar mais cedo ao Lins após confronto que vitimou subtenente na Covanca
Rio - A morte de um subtenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope) pode apressar os planos para a ocupação do Complexo do Lins de Vasconcelos, na Zona Norte. Segundo a polícia, de lá partiu o bando de 60 criminosos que acampou na Covanca, em Jacarepaguá, aos pés do Maciço da Tijuca, e travou o confronto que ainda deixou outros dois PMs da tropa de elite feridos, nesta sexta-feira de manhã.
Considerado um dos mais capacitados policiais do Bope, o subtenente Gripp se formou em primeiro lugar na turma que deu origem ao Curso de Ações Táticas (CAT), a porta de entrada do Bope, em 1997. Antes, serviu na então Companhia de Cães e no batalhão de Friburgo, terra natal. Virou ‘caveira’ dos núcleos operacionais, mas entre uma missão e outra, fundou o Motoclube Ossos Secos, para reunir outros apaixonados por motos.
Trezentos policiais ocuparam quatro comunidades da região entre o Lins e Jacarepaguá por tempo indeterminado. O subtenente Marco Antônio Gripp, 47 anos, usava a farda preta havia 11 anos e era considerados um dos policiais mais capacitados do Bope. O setor de Inteligência do Bope já vinha há algum tempo monitorando a ação dos criminosos da região. Segundo os policiais, o grupo era liderado por Claudino dos Santos Coelho, o Russão, morto durante o confronto desta sexta.
Acusado de matar o jornalista Tim Lopes, em 2002, ele fugiu do presídio Vicente Piragibe em fevereiro do ano passado e se tornou o segundo na hierarquia do crime na Covanca, além de homem de confiança de Luís Cláudio Machado, o Marreta, um dos chefes do Comando Vermelho.
Para a polícia, Russão reuniu o bando — alguns deles seriam ex-militares com conhecimentos de sobrevivência na selva — e partiu para retomar a Covanca de facção rival. Montaram um acampamento na mata do Maciço da Tijuca e era dali que a quadrilha saía para promover assaltos nos bairros do Itanhangá, Méier e Tijuca.
Os criminosos ainda publicaram nas redes sociais fotos do grupo armado em campo de futebol usado para torturar desafetos. Nesta sexta, cães farejadores e helicópteros da PM ajudaram a vasculhar a mata.
O subtenente Gripp foi baleado por volta de 6h30, na virilha, e morreu no local. Outros dois policiais feridos foram levados para o Hospital Salgado Filho, no Méier. Além de Russão, outro bandido, não identificado, morreu. Cinco criminosos foram presos e a polícia apreendeu armas, drogas e veículos.
Bom aluno e fã de motosConsiderado um dos mais capacitados policiais do Bope, o subtenente Gripp se formou em primeiro lugar na turma que deu origem ao Curso de Ações Táticas (CAT), a porta de entrada do Bope, em 1997. Antes, serviu na então Companhia de Cães e no batalhão de Friburgo, terra natal. Virou ‘caveira’ dos núcleos operacionais, mas entre uma missão e outra, fundou o Motoclube Ossos Secos, para reunir outros apaixonados por motos.
No Bope, passou pelas funções de chefe de equipes, negociador de reféns e assessoria de comunicação do batalhão, onde adquiriu experiência para lidar com moradores de comunidades. Segundo colegas, levava tanto jeito para a mediação de conflitos que passou a ser querido pelos moradores e até garoto-propaganda das ações sociais do Bope. Gripp deixou cinco filhos. O enterro será neste sábado em Friburgo.
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