sexta-feira, 11 de outubro de 2013

PM cerca palácio e evita chegada de grevistas

PM cerca palácio e evita chegada de grevistas

Eles pretendiam se encontrar com um representante do governo estadual. Protesto, que durou o dia inteiro, provocou congestionamentos, mas foi pacífico

FLAVIO ARAÚJO
Rio - Professores voltaram às ruas nesta quinta-feira para um novo protesto. Eles se concentraram de manhã, desde 10h, no Largo do Machado com o objetivo de seguir em passeata até o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, e depois até o Palácio da Cidade, em Botafogo. Mas a tentativa de se aproximar da sede do governo estadual esbarrou numa barreira de centenas de policiais militares, que bloquearam diversas ruas no entorno.
O clima ficou tenso durante toda a tarde. Mas, por volta das 18h, a manifestação, que mobilizou cerca de 200 profissionais, se dispersou. Parte dos grevistas voltou para o Largo do Machado. De lá, um pequeno grupo, de cerca de 50 pessoas, seguiu para a Assembleia Legislativa, mas logo a manifestação acabou.
Cordão de isolamento impediu a aproximação de professores ao Palácio Guanabara
Foto:  Alexandre Vieira / Agência O Dia
Os black blocs, que haviam recebido apoio dos professores na véspera e que foram citados durante discursos ontem no carro de som do sindicato dos professores, não vieram em peso: havia meia dúzia deles. Houve um princípio de tumulto no início da passeata por causa da presença de três PMs que se misturaram aos manifestantes.
O protesto de ontem reuniu majoritariamente professores da rede estadual e da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). O objetivo era se reunir com representante do governo do estado para negociar o fim da greve, que já dura dois meses. “Fomos ontem (quarta-feira) nos gabinetes de todos os deputados estaduais e avisamos que queremos ser recebidos pelo governo, mas eles parecem ignorar isso”, disse o professor Marcelo Costa, do sindicato da Faetec.
O grupo de profissionais da educação ocupou as duas pistas da Rua Pinheiro Machado, onde fica o Palácio Guanabara, a partir das 14h, o que causou muitos congestionamentos na Zona Sul, com reflexos no Centro. Eles tentaram durante toda a tarde se aproximar da sede do governo estadual, mas a barreira de policiais conseguiu impedir que isto acontecesse.
PM abraça, mas barra ex-professora
A professora de matemática Virgínia Azambuja, de 55 anos, participou da passeata de ontem e, como todos os profissionais presentes, só queria chegar até o Palácio Guanabara para tentar ser ouvida pelo governo. Porém, teve uma surpresa: na linha de frente dos PMs que barraram o avanço da passeata estava o soldado Ronny Pessanha, de 21 anos, ex- aluno de Virgínia, entre os anos de 2008 e 2010.
Professora Virginia Azambuja encontrou, durante a manifestação desta quinta, um ex-aluno, Ronny, que, com farda da PM, isolava área do palácio
Foto:  Alexandre Vieira / Agência O Dia
“Ela me ajudou a passar de ano”, disse o policial. Apesar do carinho pela professora, Ronny tinha ordens para não deixar a antiga mestra passar pelo cerco. “É um misto de alegria e tristeza encontrá-lo nesta situação, em lados opostos”, resumiu Virgínia Azambuja.
Sepe organiza ato no Centro para o Dia dos Professores
O Sepe pretende reunir na próxima terça-feira, dia 15, quando será comemorado o Dia do Mestre, 100 mil pessoas numa manifestação no Centro do Rio. Segundo a coordenadora do Sepe, Marta Moraes, a passeata acontecerá durante a tarde e sairá da Candelária em direção à Cinelândia.
“Colocamos 50 mil no último ato e, desta vez, o governo vai ver que a negociação é o único caminho, pois os professores não vão fugir à luta”, avaliou Marta, que adiantou a estratégia do Sepe para evitar confrontos com a PM.
“Vamos contar com a ajuda de diretores do sindicato para observar e identificar pessoas infiltradas em nosso movimento para causar tumultos. Temos muitas senhoras em nossas passeatas e estamos preocupados com o que ocorreu da última vez. Não vamos aceitar provocações”, disse.
Na concentração de ontem, no Largo do Machado, alguns professores voltaram a agradecer a atuação dos black blocs em defesa dos professores, principalmente no dia 28.
    Tags: Professores , Protesto , Greve

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