Ricardo Brand: O apagão fazendário
Rio - O ano de 2013 se inicia com mais um apagão na informática da Secretaria Estadual de Fazenda. Traduzindo a encrenca: neste momento, sistemas essenciais para o funcionamento da administração tributária fluminense encontram-se fora do ar, desde o início do ano.
Como as principais atividades do setor dependem de computadores, ninguém precisa ser muito perspicaz para entender o quadro que está instalado na Fiscalização. A ausência do sistema que cuida de lavratura de autos de infração, inscrição de débitos em Dívida Ativa, protocolo de petições, pagamentos de tributos ou a simples abertura de qualquer ação fiscal transforma a rotina de funcionários e contribuintes em um inferno.
A questão merece a atenção de todos, especialmente dos envolvidos. Não basta pedir tolerância, esperar que usuários e servidores estejam com a santa paciência em dia. Sobretudo, porque se trata de calvário recorrente. Nos últimos anos, a Secretaria de Fazenda se destacou por não prestar um serviço de informática à altura da expectativa dos cidadãos.
2011, por exemplo, ficou marcado pelas constantes interrupções nos serviços prestados pela internet. Em 2012 foi a vez do caos na cobrança do IPVA, que chegou a ter seus prazos para pagamento adiados em função dos problemas na informática.
Causa extrema preocupação que o Estado do Rio, dono do segundo PIB do país, apresente tamanha fragilidade no setor responsável pela arrecadação dos seus tributos. Além de realizar rigorosa apuração das responsabilidades pelo apagão, necessário se faz promover mudanças profundas no atual modelo de gestão da tecnologia da informação da Secretaria de Fazenda.
Ricardo Brand é presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Fazenda
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