Chipre - As autoridades cipriotas comprometeram-se neste sábado em investigar a quitação de dívidas contraídas por políticos da ilha depois da publicação, pela imprensa, de uma lista de empréstimos contraídos por eles e que não foram pagos.
"Em reação a essas informações da imprensa sobre o pagamento de dívidas pelos bancos em benefício de políticos, o governo reafirma a sua vontade de investigar plenamente todos os aspetos da crise no setor bancário", disse hoje Christos Stylianides, porta-voz do governo cipriota.
Stylianides assegurou que a investigação vai abranger "a concessão, o pagamento ou a redução de empréstimos (...) ou outros serviços fornecidos pelos bancos da República, seja em Chipre seja no estrangeiro".
De acordo com a imprensa, o Banco de Chipre, o Banco Popular e o Banco Helénico pagaram milhões de euros em dívidas dos últimos cinco anos em benefício de deputados, parentes ou pessoas ligadas a personalidades políticas.
As duas primeiras instituições financeiras, tiveram de pedir ajuda ao Estado para serem recapitalizadas, obrigando Nicósia a procurar um plano de resgate europeu tendo como contrapartida a liquidação do Banco Popular e uma reestruturação drástica do Banco do Chipre.
Os cipriotas citados na lista desmentiram qualquer favoritismo ou delito. Um deputado do partido Disy, atualmente no poder em Chipre, Prodromos Prodroumou, garantiu, em comunicado, que as acusações eram "falsas" e que ia apresentar uma queixa por difamação.
Uma deputada do Diko, partido de centro-direita aliado ao Disy, Athena Kyriakidou, disse que nem seu irmão nem seu ex-marido, citados na lista, receberam empréstimos "preferenciais". O presidente da autarquia de Larnaca, Andreas Moyseos, garantiu que o seu empréstimo não foi pago e denunciou "uma conspiração".
Na quinta-feira, uma comissão de vigilância do Parlamento de Chipre pediu ao Banco Central cipriota a lista de pessoas que transferiram fundos para fora da ilha antes do anúncio do plano de resgate europeu, que incluía taxas sobre os depósitos bancários