Paixão de Cristo é encenada na Rocinha com críticas à pacificação
POR HELIO ALMEIDA
Ator que interpreta Jesus: Personagens contracenam no meio do público | Foto: Divulgação
'Guerra não tem vencedores'
O diretor da peça, Aurélio Mesquita, disse que a proposta é alertar o que aconteceu em Canudos, na Bahia, que de um lado estavam pessoas que fugiam do flagelo e da exclusão econômica e social, e do outro o Exército, cujos soldados acabaram constituindo, junto com outros moradores do Centro do Rio que não tinham ounde morar na reforma do então prefeito Pereira Passos, o que mais tarde se chamou de "Favela".
Multidão se aglomera para assistir encenação que percorre 2,7 quilômetros | Foto: Divulgação
"Na nossa abordagem, a guerra não tem vencedores, ambas as partes que participam de guerras saem perdendo. Não elegemos nenhuma questão específica para bandeirola, mas o nome favela está intrinsecamente ligado a canudos, e em especial, a grande maioria dos moradores da Rocinha têm a árvore genealógica ligada aos sertanejos e es escravos", analisa o diretor.
Aurélio diz que sempre teve bastante espectadores participando da festa, mas que sem a ostentação do armamento do tráfico o número de pessoas de fora da Rocinha pode ser maior.
Além de Aurélio, o espetáculo tem texto de José Maria Rodrigues, produção da TV Tagarela e realização da Companhia Teatral Roça Caçacultura. O evento conta com o patrocínio da Light e Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, através da Lei de Incentivo à Cultura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário