São Paulo -  Com 90 votos a 1, o tucano Samuel Moreira foi eleito presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A eleição é fruto de um acordo raro que já dura 20 anos entre PT e PSDB. Desde 1995, tucanos e petistas participam da mesma chapa na eleição da Mesa. A única exceção foi em 2005, quando a base do governo rachou e apresentou duas candidaturas - o PT apoiou o candidato do DEM e ajudou a derrotar o PSDB.
O único deputado a se opor foi Carlos Giannazi (PSOL), que se lançou como candidato, e votou em si mesmo. Outros três deputados não estavam presentes na votação.
Moreira foi indicado para presidência no lugar de Barros Munhoz (PSDB), à frente da Alesp há quatro anos. Pelo regimento da casa, um deputado não pode ocupar a presidência por dois mandatos na mesma legislatura, mas Barros foi reeleito e emendou dois mandatos seguidos em legislaturas diferentes.
Em entrevista coletiva, Moreira evitou abordar temas polêmicos, como a renovação da frota da Alesp, o auxílio-moradia (suspenso pelo Ministério Público) e a PEC que propõe acabar com o poder de investigação dos promotores, mas afirmou que sua gestão será de "continuidade nas coisas que avançaram". Moreira recebeu o apoio entusiasmado de diversos deputados do PT.
O deputado Rui Falcão, ex-primeiro secretário - que foi substituído por Ênio Tatto - negou que haja acordo, e disse que a divisão de poderes na Mesa é uma "tradição na casa, de respeitar a proporcionalidade para manter a democracia".
Apesar da declaração, a segunda secretaria, que por esse critério deveria ter sido dada ao PV, ficou com o DEM, com o deputado Emir Cheddid. Carlos Serdelli, do PV, ficou com a primeira vice-presidência.

As informações são de Natália Peixoto, do iG