sábado, 31 de agosto de 2013

Editorial: Impasse no xadrez da Síria

Editorial: Impasse no xadrez da Síria

Infelizmente está longe de ser simples o que se passa em solo sírio

O DIA
Rio - Infelizmente está longe de ser simples o que se passa em solo sírio. O maior agravante é a complexidade da situação ser tão imensa quanto o perigo que dela advém — como a brutal morte de quase 500 crianças pelo ataque a gás. Ninguém nega que se jorrou química pesada na insana guerra travada há meses. Todos se consternaram com os inocentes atingidos. Mas há muitas dúvidas sobre o que fazer — embora a indefinição jogue pressão num mundo que, agora, passa a temer ataques de sarin e de outros venenos mortais.
Sobre o rumo a tomar. Dez anos atrás, devastou-se o Iraque por causa de ‘armas químicas’ que jamais apareceram. Até hoje o país vive em frangalhos, pontilhado de atentados e com uma nesga de governo. O ‘fator Iraque’ certamente está pesando agora. Os Estados Unidos de Obama seguem na ‘certeza’ de que o crime hediondo partiu de gente aliada a Bashar Al-Assad; já Otan e Reino Unido demonstram hesitação.
Acerca do novo risco. Armas químicas não deveriam mais existir, dados os tratados pela inutilização das ogivas assinados nas últimas décadas. Percebe-se que são letra morta. É chocante ver vítimas de gás na Síria, mas ainda mais grave é saber que qualquer mal-intencionado com posses pode adquiri-lo e usá-lo na tática atomizada e sob as sombras do novo terrorismo.
De onde se conclui que o trabalho dos inspetores e dos diplomatas da ONU ganha relevância extrema. Primeiro, para evitar precipitações; segundo, para se fazer justiça contra a barbárie na Síria; e terceiro, para conhecer o risco e impedir sua disseminação.
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