sábado, 31 de agosto de 2013

Esperança de uma vida digna para portadores do Mal de Parkinson

Esperança de uma vida digna para portadores do Mal de Parkinson

Instituto Estadual do Cérebro realiza cirurgias que anulam sintomas da doença, como tremores e rigidez

BEATRIZ SALOMÃO
Rio - Foi ampliado o acesso à qualidade de vida para os portadores do Mal de Parkinson. Somente este mês, seis moradores do Rio de Janeiro ficaram livres de temores e outros sintomas típicos da doença. A boa notícia é que tudo foi feito gratuitamente, no recém-inaugurado Instituto do Cérebro Paulo Niemeyer, no Centro, primeiro hospital da rede estadual de Saúde a fazer as cirurgias que corrigem o problema.
Conhecido por estereotaxia, o procedimento tem um aspecto curioso: o paciente permanece acordado e ‘participa’ da operação, respondendo a perguntas dos médicos. Ao tocar determinada área do cérebro, os profissionais verificam se a ação reduz os sintomas da doença neurológica ou se traz danos como dormências e distúrbios visuais. Já para ter certeza de que a intervenção não vai alterar voz e movimentos, o paciente conta de um a cem diversas vezes, com braços ou pernas levantados.
O neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho, diretor da unidade, explicou que o paciente precisa ficar acordado durante a cirurgia, para poder conversar com médicos
Foto:  André Mourão / Agência O Dia
“Se o paciente relatar dormências, contraturas, distúrbios visuais, é porque não está sendo estimulado o local correto do cérebro. Por isso precisamos dele acordado. A anestesia é local”, explica o diretor do Instituto, Paulo Niemeyer Filho. De acordo com o neurocirurgião, a operação não cura o Parkinson, mas resolve os sintomas. A cirurgia foi feita, pela primeira vez na América Latina, na década de 1950, pelo pai do diretor do instituto.O procedimento é indicado aos casos em que tremor e rigidez não são resolvidos com medicamentos ou quando o próprio remédio traz efeitos colaterais, como movimentos involuntários.
MEDICAMENTO MANTIDO
Ele alerta que o doente não deve procurar a cirurgia antes do tratamento com remédio. E depois da operação o medicamento é mantido. “O tremor leva o paciente a sofrer preconceito e a não querer sair de casa. Já a rigidez causa dor e faz com que ele tenha dificuldade de andar e se vestir. A operação devolve a qualidade de vida”, disse, acrescentando que os resultados são melhores em pessoas com menos de 75 anos. Clique na imagem abaixo para ampliar o infográfico:
Foto:  Arte O Dia
O Mal de Parkinson é causado pela não produção do neurotransmissor chamado dopamina no cérebro. A falta da substância no organismo causa desequilíbrio responsável pelos sintomas da doença. Ao ‘lesionar’ outro neurotransmissor cerebral durante a cirurgia, o equilíbrio é recuperado. O acesso à unidade inaugurada em julho é pela Central de Regulação da Secretaria estadual de Saúde. O paciente precisa ser encaminhado por unidade municipal.
    Tags: Saúde

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