Guilherme Mamede: Bezos e o desafio do jornalismo on-line
A indústria de mídia tradicional vem resistindo a entrar no segmento de e-commerce
Rio - Todo mundo foi pego de surpresa com o anúncio de que o ‘Washington Post’ estava sendo comprado, por US$ 250 milhões, pelo bilionário Jeff Bezos — empresário acusado de ter destruído a indústria das livrarias tradicionais e do livro em papel com a Amazon e o Kindle. Depois do espanto inicial, vem a pergunta: o que um visionário da internet pretende fazer com um jornal?
Vendo o veloz crescimento da internet no início dos anos 90, Bezos decidiu estabelecer empreitada arriscada: vender livros pela web. O ano era 1994, e a internet comercial acabara de estrear. A partir daí, a Amazon desenvolveu série de tecnologias que a transformou na maior varejista on-line do mundo, a começar pela logística. Seu sistema de estoque, por exemplo, foi uma revolução, com sacadas como a impressão de livros de acordo com a demanda, reduzindo custos.
A indústria de mídia tradicional vem resistindo a entrar no segmento de e-commerce. Mas a principal mudança que a filosofia da Amazon pode promover no ‘Post’ é a sua atenção obsessiva à plena satisfação do consumidor. Não é por acaso que, reza a lenda, Bezos costuma manter uma cadeira vazia durante reuniões para representar o cliente.
Já os jornais são conhecidos por seus sites e aplicativos quase nunca amigáveis, com péssimas experiências para o usuário. O que se espera de Bezos é a reversão desse quadro, algo pretensioso, mas viável, já que estamos falando do homem que criou a maior varejista on-line do mundo.
Os jornais continuam tratando os leitores como massa, exibindo as mesmas notícias para todos. O processo de edição em dispositivos web ainda é antigo, com um só conteúdo para toda a audiência.
Se o jornalismo mudar a maneira como atende a seu público, Bezos já terá dado um grande passo.
Engenheiro e CEO da Melt DSP
Vendo o veloz crescimento da internet no início dos anos 90, Bezos decidiu estabelecer empreitada arriscada: vender livros pela web. O ano era 1994, e a internet comercial acabara de estrear. A partir daí, a Amazon desenvolveu série de tecnologias que a transformou na maior varejista on-line do mundo, a começar pela logística. Seu sistema de estoque, por exemplo, foi uma revolução, com sacadas como a impressão de livros de acordo com a demanda, reduzindo custos.
A indústria de mídia tradicional vem resistindo a entrar no segmento de e-commerce. Mas a principal mudança que a filosofia da Amazon pode promover no ‘Post’ é a sua atenção obsessiva à plena satisfação do consumidor. Não é por acaso que, reza a lenda, Bezos costuma manter uma cadeira vazia durante reuniões para representar o cliente.
Já os jornais são conhecidos por seus sites e aplicativos quase nunca amigáveis, com péssimas experiências para o usuário. O que se espera de Bezos é a reversão desse quadro, algo pretensioso, mas viável, já que estamos falando do homem que criou a maior varejista on-line do mundo.
Os jornais continuam tratando os leitores como massa, exibindo as mesmas notícias para todos. O processo de edição em dispositivos web ainda é antigo, com um só conteúdo para toda a audiência.
Se o jornalismo mudar a maneira como atende a seu público, Bezos já terá dado um grande passo.
Engenheiro e CEO da Melt DSP
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