sábado, 31 de agosto de 2013

Novo impasse no caminho da CPI dos Ônibus

Novo impasse no caminho da CPI dos Ônibus

Presidência da Câmara Municipal não aceita pedido de renúncia de vereador do Psol

ANGÉLICA FERNANDES
Rio - Para a presidência da Câmara dos Vereadores, Eliomar Coelho (Psol) continua membro da CPI dos Ônibus. A Procuradoria da Casa analisou o ofício do parlamentar, entregue na quinta-feira, que comunicava sua renúncia da Comissão, e o desconsiderou. Se o vereador faltar cinco vezes às sessões da CPI, será excluído automaticamente, sem chance de retorno. Eliomar já se ausentou da comissão três vezes.
Para o presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), Eliomar errou ao escrever no ofício que declinava da participação da CPI até que a Justiça ou o plenário optassem por outra composição. Todos os integrantes da CPI são da base governista e não assinaram o pedido de criação da comissão. “Ele não pode dizer que sai da comissão até que a Justiça resolva os questionamentos que ele impetrou. Isso é um afastamento, e não renúncia”, avaliou Felippe.
Presidente e relator da CPI dos Ônibus foram vaiados por manifestantes nesta sexta
Foto:  Carlos Moraes / Agência O Dia
Com a permanência de Eliomar, o PT que receberia a vaga, perde o direito de integrar a CPI. Até o fim da tarde de ontem, Reimont (PT), que é suplente da comissão e líder do partido, ainda não tinha decidido o que fazer. Na segunda-feira, ele e o diretório da legenda vão se reunir. “Independente do que a Casa avaliar sobre a saída do Eliomar, vou conversar com o PT para saber se assumo ou deixo de vez a comissão”, disse Reimont.
Ao saber do posicionamento da Casa, Eliomar Coelho ficou surpreso.“Eu pedi a renúncia. Isso até pode não ter ficado claro no documento, mas não vou fazer mais parte da CPI”, explicou o presidente da bancada do Psol, que prometeu rever o ofício também na segunda-feira.
Nesta sexta, membros que restaram da CPI definiram o calendário de oitivas. Na quinta-feira, serão ouvidos o procurador-geral do município, um representante da RioÔnibus e um sócio do consórcio Santa Cruz.
Vaiados na escadaria
Após a reunião da CPI, com duração de um pouco mais de cinco minutos, o presidente Chiquinho Brazão e o relator Professor Uóston, ambos do PMDB decidiram tentar conversar com os manifestantes que ocupam as escadarias da Câmara há 20 dias. O ato inédito foi a pedido de membros da Mídia Ninja, que acompanharam o encontro da comissão.
A tentativa de conversa acabou em vexame. A dupla foi vaiada por mais de 15 pessoas. Uma sirene de polícia, adaptada de uma caixa de som dos ativistas, soava mais alto que o improvisado discurso dos parlamentares. Mesmo assim, Chiquinho insistiu. “Estou ao lado de vocês. Essa CPI vai funcionar”. Não deu certo. Em troca, a dupla ganhou gritos de “vocês não me representam” dos manifestantes.
'Esse pessoal não pode ficar aqui’
Minutos antes de fazer a visita aos manifestantes, Brazão declarou que o grupo acampado nas escadarias deveria ser removido pelo Choque de Ordem da prefeitura. “A cidade tem regras. A praça é um espaço público e deve ficar livre para o povo. Esse pessoal não pode vir aqui e ficar jogando lixo, urinando. Eles têm que ser removidos”, opinou Brazão, que avalia a ocupação como prejudicial ao turismo.
“Isso não é acampamento. O turista se sente mal vendo essa situação”, disse o presidente da CPI. Com cheiro de pizza.
    Tags: CPI , Câmara , Política

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