Em show na Portela, Martinho emociona ao cantar sambas históricos da Águia
Em show na Portela, Martinho emociona ao cantar sambas históricos da Águia
Cantor recorda clássicos do Carnaval, faz dueto com Waldir 59 e é reverenciado por Monarco
RAPHAEL AZEVEDO
Rio - A Portela foi palco de uma apresentação histórica neste sábado. Martinho da Vila foi o grande convidado da tradicional feijoada e cantou pela primeira vez na quadra da agremiação, em Madureira. Bastante à vontade, o veterano foi acompanhado pelos integrantes da Velha Guarda Show e surpreendeu ao priorizar sambas históricos da anfitriã e da Vila no repertório. Sucessos como "Ex-amor" também foram lembrados, mas em menor número.
Passava das 19h quando Martinho subiu ao palco e cantou "Quem é do mar não enjoa". Pouco depois, Monarco saudou o bamba e lembrou a relação afetiva entre Portela e Vila Isabel. "A primeira vez que meu nome foi falado no microfone de uma escola foi na Portela, ainda na Portelinha, a pedido do Valter Rosa (compositor já falecido). Essa escola é fantástica e é madrinha da Vila Isabel. Hoje estou matando a saudade", disse Martinho.
Martinho, entre as pastoras Neide e Surica, levou o público ao delírio em show na Portela
Foto: Ricardo Almeida / Divulgação
Líder da Velha Guarda, Monarco retribuiu o carinho, exaltou o pai de Mart'nália e ainda o entregou uma medalha. "É um orgulho receber ele em nossa quadra. Conheci esse menino ainda novo, quando era o Martinho da Boca do Mato e desde então somos amigos. Depois ele gravou meu primeiro samba de sucesso ("Tudo menos amor"), que até hoje só me dá alegria. Martinho é uma pessoa muito especial", elogiou.
Hits como "Mulheres" e "Renascer das Cinzas" ficaram de fora. Martinho estava mesmo é com vontade de voltar no tempo e recordar momentos gloriosos da escola de Natal. Primeiro mandou "Legados de Dom João VI", samba-enredo de 1957 composto por Candeia, Waldir 59 e Picolino e gravado em 1980 pelo próprio Martinho.
Martinho foi reverenciado por Monarco e ganhou uma medalha
Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia
Aos 85 anos, Waldir 59, que estava radiante ouvindo sua obra, foi convidado para um dueto e emocionou o público. Em seguida, veio "Memórias de um Sargento de Milícias" (1966), único samba-enredo feito por Paulinho da Viola e que deu o campeonato à Portela.
Tia Surica, que interpretou o clássico no desfile, se juntou a Martinho no dueto. "Memórias" foi registrado em LP em 1971. Antes de encerrar, o cantor convidou o presidente Serginho Procópio e os dois fizeram coro com a multidão em "Ilu-Ayê" (1972), de Cabana e Norival Reis. A Vila foi lembrada com "Yayá do Cais Dourado (1969) e "Glórias Gaúchas (1970)". A bateria da Portela fechou a noite em grande estilo.
Martinho fez dueto com Surica em 'Memórias de um Sargento de Milícias'
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