Tempo é a nova moeda
Trocas de serviços são alternativas econômicas e humanizadas ao mundo do dinheiro
Rio - Depois que as principais economias do mundo entraram em colapso, o escambo ressurge como uma alternativa à sociedade de consumo. Em meio a essa tendência, sites de banco de tempo, que promovem trocas de serviços entre os usuários, ganham cada vez mais espaço na internet.
O Time Republik e o Bliive são bons exemplos. Eles funcionam da seguinte forma: a pessoa que presta serviço e acumula horas, que podem ser usadas para receber outro tipo de serviço. Ou seja, um músico dá aulas de violão a uma dona de casa, que por sua vez faz compras para um jardineiro, que cuida das plantas do músico, e assim segue.
Segundo a representante do Time Republik no Brasil, Mônica Barroso, 38 anos, a ideia surgiu há dois anos na Suíça, com uma startup — empresa iniciante — e foi experimentada primeiro em uma comunidade de Nova York, nos Estados Unidos. Depois, se tornou global por meio da internet. “É uma mudança nas relações pessoais e profissionais. É um modelo de consumo colaborativo, que não envolve dinheiro e, sim, a colaboração entre as pessoas”, explica.
Antropólogo da Consumoteca, Michel Alcoforado explica que no momento de crise a sociedade precisou criar outras formas de satisfazer seus desejos. “Porém, a troca vai além, e constrói também novos vínculos e relações”, diz.
Cooperação faz parte dos negócios
Na rede Asta, grupos produtivos de todo o estado trocam experiências e até produção de trabalho. “Não tem competição”, diz a coordenadora, Alice Freitas.
Já na escola Oga Mitá, os pais ajudam a decidir o valor das mensalidades. Além disso, quando uma família passa por dificuldades financeiras, pode prestar serviços como forma de pagamento. “Para formar indivíduos cooperativos, temos que viver em cooperação”, explica o diretor Aristeo Leite Filho.
Uma chance para praticar o desapego
Outra alternativa ao consumo é a Feira da Gratidão, que acontece em diversos lugares do Estado do Rio, de forma espontânea. A ideia é levar objetos para doar e pegar itens oferecidos por outros participantes. Por meio de uma página no Facebook, é possível acompanhar as datas das feiras e combinar doações de objetos maiores, como móveis, ou até mesmo prestar serviços gratuitos.
Um dos organizadores, o estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal Rural (UFRRJ), Matheus Sousa, 19, conta que a questão central é o desapego. “Acho que o futuro será esse porque a mudança já aconteceu. A feira deu muito certo. E olhando para o mundo de forma mais humanizada, as pessoas começam a se comportar diferente”, afirma.
O próximo evento acontece dia 13, na Praça Afonso Pena, na Tijuca, a partir das 11h. Dia 24, haverá outra edição na Rural, em Seropédica. O objetivo, segundo Matheus, é expandir para Baixada e Zona Oeste.
Serviços oferecidos nos bancos de tempo
- Ajuda doméstica
Os usuários podem se oferecer para lavar o carro, fazer as compras de supermercado, pagar as contas e ir ao correio, por exemplo.
- Animais e plantas
Além disso, podem levar o cachorro para passear e cuidar das plantas da casa de outra pessoa, enquanto ela estiver viajando.
- Ensino
Também é possível ajudar ao próximo com aulas particulares de música, dança e idiomas, entre outras áreas, além de reforço escolar.
- Burocracia
Especialistas em finanças, direito ou economia podem ajudar a preencher documentos, declarar imposto de renda etc.
- Bricolagem
Pequenos reparos na rede elétrica, conserto de portas, instalação de aparelhos eletrônicos, entre outras ajudas são bem-vindos.
- Companhia
Oferecer companhia para passear, ir ao cinema, acompanhar na consulta ao médico, conversar e visitar exposições também é válido.
O Time Republik e o Bliive são bons exemplos. Eles funcionam da seguinte forma: a pessoa que presta serviço e acumula horas, que podem ser usadas para receber outro tipo de serviço. Ou seja, um músico dá aulas de violão a uma dona de casa, que por sua vez faz compras para um jardineiro, que cuida das plantas do músico, e assim segue.
Segundo a representante do Time Republik no Brasil, Mônica Barroso, 38 anos, a ideia surgiu há dois anos na Suíça, com uma startup — empresa iniciante — e foi experimentada primeiro em uma comunidade de Nova York, nos Estados Unidos. Depois, se tornou global por meio da internet. “É uma mudança nas relações pessoais e profissionais. É um modelo de consumo colaborativo, que não envolve dinheiro e, sim, a colaboração entre as pessoas”, explica.
Já a Bliive, criada no Brasil e lançada há quatro meses, oferece também o serviço para empresas que desejam promover integração entre os funcionários. Diretor de marketing do site, Murilo Mafra, 23, afirma que a experiência colaborativa é evidente no mundo e vem atraindo novos adeptos. “O que você gosta de fazer pode ser a necessidade de outra pessoa”, incentiva.
Usuária do Time Republik, a professora Ana Emília Meireles, 48, conta que já deu aulas de português para estrangeiros e recebeu aulas online de italiano. “Funciona muito bem, as pessoas são comprometidas”, avalia. Segundo ela, é importante repensar uma sociedade em que o lucro não esteja em primeiro lugar em uma relação.Antropólogo da Consumoteca, Michel Alcoforado explica que no momento de crise a sociedade precisou criar outras formas de satisfazer seus desejos. “Porém, a troca vai além, e constrói também novos vínculos e relações”, diz.
Cooperação faz parte dos negócios
Na rede Asta, grupos produtivos de todo o estado trocam experiências e até produção de trabalho. “Não tem competição”, diz a coordenadora, Alice Freitas.
Já na escola Oga Mitá, os pais ajudam a decidir o valor das mensalidades. Além disso, quando uma família passa por dificuldades financeiras, pode prestar serviços como forma de pagamento. “Para formar indivíduos cooperativos, temos que viver em cooperação”, explica o diretor Aristeo Leite Filho.
Uma chance para praticar o desapego
Outra alternativa ao consumo é a Feira da Gratidão, que acontece em diversos lugares do Estado do Rio, de forma espontânea. A ideia é levar objetos para doar e pegar itens oferecidos por outros participantes. Por meio de uma página no Facebook, é possível acompanhar as datas das feiras e combinar doações de objetos maiores, como móveis, ou até mesmo prestar serviços gratuitos.
Um dos organizadores, o estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal Rural (UFRRJ), Matheus Sousa, 19, conta que a questão central é o desapego. “Acho que o futuro será esse porque a mudança já aconteceu. A feira deu muito certo. E olhando para o mundo de forma mais humanizada, as pessoas começam a se comportar diferente”, afirma.
O próximo evento acontece dia 13, na Praça Afonso Pena, na Tijuca, a partir das 11h. Dia 24, haverá outra edição na Rural, em Seropédica. O objetivo, segundo Matheus, é expandir para Baixada e Zona Oeste.
Serviços oferecidos nos bancos de tempo
- Ajuda doméstica
Os usuários podem se oferecer para lavar o carro, fazer as compras de supermercado, pagar as contas e ir ao correio, por exemplo.
- Animais e plantas
Além disso, podem levar o cachorro para passear e cuidar das plantas da casa de outra pessoa, enquanto ela estiver viajando.
- Ensino
Também é possível ajudar ao próximo com aulas particulares de música, dança e idiomas, entre outras áreas, além de reforço escolar.
- Burocracia
Especialistas em finanças, direito ou economia podem ajudar a preencher documentos, declarar imposto de renda etc.
- Bricolagem
Pequenos reparos na rede elétrica, conserto de portas, instalação de aparelhos eletrônicos, entre outras ajudas são bem-vindos.
- Companhia
Oferecer companhia para passear, ir ao cinema, acompanhar na consulta ao médico, conversar e visitar exposições também é válido.
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