Rio -  O Centro Comercial de Nova Iguaçu está de visual novo, sem a desordem que tomava conta do Calçadão da Avenida Amaral Peixoto, por onde circulam diariamente mais de 200 mil pessoas. Em dois meses, foram retirados das ruas cerca de mil vendedores ambulantes.
Além disso, comerciantes estão proibidos, a partir do dia 5, de expor mercadorias nas calçadas. Desde então, mais de 100 lojista foram notificados, emitidos 40 autos de infração e feitas 10 apreensões de mercadorias.

O secretário de Ordem Pública e Defesa Civil de Nova Iguaçu, Luiz Antunes, justifica as medidas alegando que atendem a um apelo dos moradores de ter direito de andar sem ter que desviar de camelôs e de bancas de mercadorias.
Ruas livres de ambulantes são aprovadas por pedestres e lojistas. Cargas ficam nas calçadas só para embarque e desembarque de mercadorias | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Ruas livres de ambulantes são aprovadas por pedestres e lojistas. Cargas ficam nas calçadas só paraembarque e desembarque de mercadorias | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
“Recebíamos ambulantes de outras cidades e até de países como Chile, Bolívia e China. Acabou a bagunça!”, afirmou Antunes. Segundo ele, os ambulantes só podem montar suas barracas no Centro a partir das 19h. De acordo com o secretário, a operação denominada “Tolerância Zero” vai chegar aos centros comerciais dos bairros, como Cabuçu, Km 32 e Miguel Couto.

Para os comerciantes da cidade, a medida de reorganização do Centro não trouxe prejuízos. “Pelo contrário. O comércio está mais limpo e organizado. Tínhamos o costume de deixar as mercadorias fora das lojas. Mudamos o hábito”, disse o dono da Prolar, Renato Jardim.

Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Nova Iguaçu (ACINI), Antônio Alpino, com o choque de ordem, o fluxo de pedestres também melhorou no Centro. “As pessoas deixavam de comprar aqui. As ruas estão livres e há ordem”, comemorou ele. Mas fez uma ressalva: “Muitos lojistas ainda estão despejando o lixo em qualquer horário e estragam o visual do Centro”.
Barracas podem ser armadas a partir das 19h, quando as lojas fecham | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Barracas podem ser armadas a partir das 19h, quando as lojas fecham | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Ambulante reclama de horário curto

Outro incômodo para a população era a abordagem de jovens que distribuíam panfletos no calçadão, prática proibida pela Lei Municipal 2.959.

“Chega a ser irritante. Agora, já posso até ver as vitrines das lojas e não esbarrar com as bolsas nas barracas e nas mercadorias das lojas”, contou a estudante Maria do Carmo, de 27 anos.

Os ambulantes, que antes podiam trabalhar a qualquer hora no Centro, desaprovam o choque de ordem. “Está certo que estávamos ilegais, mas obrigar o camelô a trabalhar após às 19h é um absurdo”, disse um vendedor, sem se identificar. Segundo ele, o tempo para trabalhar é muito pequeno. “Antes, vendia mais de R$ 60 por dia, hoje não chega à metade”, disse.