Moedas de cinco centavos em falta nos ônibus do Rio
Aumento da passagem completa uma semana e trocadores e passageiros apontam embaraços na hora de fazer o troco
Rio - O aumento no preço da passagem de ônibus no Município do Rio, de R$ 2,75 para R$ 2,95, deixou os passageiros reféns do troco. Se antes a dificuldade era ter acesso aos R$ 0,25 para compor a quantia necessária para a condução, hoje é a moedinha de R$0,05. Apesar de o Banco Central, que administra a produção da Casa da Moeda do Brasil (CMB), negar, os consumidores e até os trocadores de ônibus garantem: falta a pratinha no mercado. Em tempos de verdadeiros embates entre motoristas, empresas de ônibus e passageiros, esse é mais um problema.
O reajuste no preço da passagem completou uma semana e o carioca já se depara com esse cenário embaraçoso quando embarca no coletivo. Hoje, com o custo de R$2,95, o passageiro geralmente escolhe pagar com R$ 3.
Acontece que os cobradores alegam, com frequência, estarem sem o troco de cinco centavos. Nos dados do BC, já foram colocadas em circulação, em todo o Brasil, 481 milhões de moedas só neste ano. Deste total, 92 milhões são de R$ 0,05. “No momento, não temos registro de problemas no fornecimento de moedas”, afirma o BC em nota, quanto à possível escassez.
CADÊ OS CINCO CENTAVOS?
Para colocar isso à prova, a reportagem andou em diversas linhas de ônibus ao longo da última semana e conversou com trocadores, motoristas e passageiros. Um funcionário, que preferiu não ser identificados, revela trazer R$ 15 trocados de casa porque a empresa não fornece troco na primeira viagem do dia.
Em nota, a Rio Ônibus dá o posicionamento: “As empresas do município do Rio adotam como procedimento-padrão separar diariamente as moedas necessárias para que seus profissionais estejam aptos a dar o troco desde as primeiras viagens”. Com 5 bilhões de moedas de R$ 0,05 em circulação no país, segundo o BC, paira a dúvida sobre onde estão os cinco centavos.
Brasileiros ‘desprezam’ moedinhas
Por um histórico de inflação, há uma cultura de desprezo às moedas no Brasil. Essa é a avaliação de Michel Alcoforado, antropólogo da Consumoteca. Segundo ele, brasileiros identificam as moedinhas como “pouco” e notas como, de fato, algum dinheiro.
O especialista explica: “Nesses impasses de troco, muitos preferem sequer exigir as moedinhas que faltam para evitar briga. Ficam reféns dessa escassez”.
O universitário Leonardo Forjan, de 18 anos, afirma que conta as moedinhas exatas para a passagem do ônibus para não entrar na ‘lista de espera’ de troco. “Junto moedas de cinco, 10, 25 e 50 para agilizar tudo”, detalha.
Produção duas vezes menor
Os dados da Casa da Moeda do Brasil (CMB) indicam que a produção de moedas de cinco centavos nos últimos três meses (março, abril e maio) foi duas vezes menor em 2013 na comparação com o mesmo período de 2012. Naquele ano, foram 128 milhões moedinhas de R$ 0,05. Neste ano, 53 milhões.
Segundo Paulo Ricardo de Mattos, superintendente do departamento de Moedas e Medalhas da CMB, é comum que hajam períodos com menor produção. “Quem determina o quantitativo é o Banco Central, além dos contratos com fornecedores de matéria-prima”, diz.
DIREITO DO CONSUMIDOR
ESTÁ NA LEI
Ter acesso ao troco da passagem de ônibus, mesmo que seja uma moedinha de cinco centavos, é direito do passageiro. Roberto Vianna, da Bastos & Pinheiro Advogados Associados, explica: “A falta infringe o direito básico do consumidor, consistente na efetiva prevenção e reparação de dano patrimonial e individual, a adequada e eficaz prestação dos serviços em geral, além de ser um método comercial desleal, conforme estabelece o Artigo sexto da Lei de nº 8.078, de 1990”.
NÃO ERA PARA FALTAR
Os dados da Casa da Moeda do Brasil são expressivos quanto à produção. O processo de fabricação leva, em média, 12 horas. Etapas incluem revestimento da camada de cobre ou bronze, tratamento térmico e contagem, entre outros.
PREÇO x PRODUÇÃO
A instituição ainda detalha que o custo unitário de fabricação (R$ 1,30) das moedas de cinco, 10, 25, 50 e um real é menor que do que a soma dos valores nominais delas ( R$ 1,90).
O reajuste no preço da passagem completou uma semana e o carioca já se depara com esse cenário embaraçoso quando embarca no coletivo. Hoje, com o custo de R$2,95, o passageiro geralmente escolhe pagar com R$ 3.
Acontece que os cobradores alegam, com frequência, estarem sem o troco de cinco centavos. Nos dados do BC, já foram colocadas em circulação, em todo o Brasil, 481 milhões de moedas só neste ano. Deste total, 92 milhões são de R$ 0,05. “No momento, não temos registro de problemas no fornecimento de moedas”, afirma o BC em nota, quanto à possível escassez.
CADÊ OS CINCO CENTAVOS?
Para colocar isso à prova, a reportagem andou em diversas linhas de ônibus ao longo da última semana e conversou com trocadores, motoristas e passageiros. Um funcionário, que preferiu não ser identificados, revela trazer R$ 15 trocados de casa porque a empresa não fornece troco na primeira viagem do dia.
Em nota, a Rio Ônibus dá o posicionamento: “As empresas do município do Rio adotam como procedimento-padrão separar diariamente as moedas necessárias para que seus profissionais estejam aptos a dar o troco desde as primeiras viagens”. Com 5 bilhões de moedas de R$ 0,05 em circulação no país, segundo o BC, paira a dúvida sobre onde estão os cinco centavos.
Brasileiros ‘desprezam’ moedinhas
Por um histórico de inflação, há uma cultura de desprezo às moedas no Brasil. Essa é a avaliação de Michel Alcoforado, antropólogo da Consumoteca. Segundo ele, brasileiros identificam as moedinhas como “pouco” e notas como, de fato, algum dinheiro.
O especialista explica: “Nesses impasses de troco, muitos preferem sequer exigir as moedinhas que faltam para evitar briga. Ficam reféns dessa escassez”.
O universitário Leonardo Forjan, de 18 anos, afirma que conta as moedinhas exatas para a passagem do ônibus para não entrar na ‘lista de espera’ de troco. “Junto moedas de cinco, 10, 25 e 50 para agilizar tudo”, detalha.
Produção duas vezes menor
Os dados da Casa da Moeda do Brasil (CMB) indicam que a produção de moedas de cinco centavos nos últimos três meses (março, abril e maio) foi duas vezes menor em 2013 na comparação com o mesmo período de 2012. Naquele ano, foram 128 milhões moedinhas de R$ 0,05. Neste ano, 53 milhões.
Segundo Paulo Ricardo de Mattos, superintendente do departamento de Moedas e Medalhas da CMB, é comum que hajam períodos com menor produção. “Quem determina o quantitativo é o Banco Central, além dos contratos com fornecedores de matéria-prima”, diz.
DIREITO DO CONSUMIDOR
ESTÁ NA LEI
Ter acesso ao troco da passagem de ônibus, mesmo que seja uma moedinha de cinco centavos, é direito do passageiro. Roberto Vianna, da Bastos & Pinheiro Advogados Associados, explica: “A falta infringe o direito básico do consumidor, consistente na efetiva prevenção e reparação de dano patrimonial e individual, a adequada e eficaz prestação dos serviços em geral, além de ser um método comercial desleal, conforme estabelece o Artigo sexto da Lei de nº 8.078, de 1990”.
NÃO ERA PARA FALTAR
Os dados da Casa da Moeda do Brasil são expressivos quanto à produção. O processo de fabricação leva, em média, 12 horas. Etapas incluem revestimento da camada de cobre ou bronze, tratamento térmico e contagem, entre outros.
PREÇO x PRODUÇÃO
A instituição ainda detalha que o custo unitário de fabricação (R$ 1,30) das moedas de cinco, 10, 25, 50 e um real é menor que do que a soma dos valores nominais delas ( R$ 1,90).
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