domingo, 6 de outubro de 2013

Cerveja está 10% mais cara e comércio segura o repasse

Cerveja está 10% mais cara e comércio segura o repasse

Apesar do iminente reajuste, consumidores não abrem mão da bebida fermentada

OSNI ALVES
Rio - A loira gelada vai ficar mais cara. O preço médio da cerveja deve aumentar para o consumidor final nos próximos dias. Para o revendedor, o produto já teve aumento. Embora as associações do segmento não tenham confirmado a alta, O DIA constatou que a bebida fermentada já amarga aumento de preço entre 8% e 10%. Por conta da queda no consumo em bares e restaurantes, o reajuste está represado, segundo os gerentes consultados.
O chef de cozinha Mário Richard diz apreciar o produto, inclusive está desenvolvendo cardápios usando a bebida para temperar os pratos
Foto:  Carlo Wrede / Agência O Dia
O chef de cozinha Mário Richard, 45 anos, confirma que a cerveja está mais cara. Ele diz apreciar o produto, desde as mais populares até as artesanais. Richard inclusive desenvolve cardápios usando a bebida para temperar os pratos.
“Costumo beber Bohêmia ou Brahma e, em ocasiões especiais, até consumo as mais requintadas. Quando o preço sobe, compro a que estiver mais em conta”, disse.
Há quem pense diferente. O analista de sistemas Claudio Carlheiros Tâmega, 47, apenas diminui o consumo. “Aprecio as importadas. Mesmo aumentando o preço, não desço o nível da qualidade de jeito nenhum”, declarou, acrescentando que gosta de ir a bares especializados.
INDÚSTRIA CERVEJEIRA
A indústria sofre influência do câmbio. Quando a moeda norte-americana sobe, os insumos acompanham. Recentemente o governo reajustou a carga tributária do setor. A Ambev diz não comentar casos específicos, “mas tem por política reajustar preços ao varejo em linha com a inflação e repassar aumentos de custos.”
Consumidor troca de supermercado se não encontrar a cerveja preferida, diz estudo
Estudo da Consultoria Nielsen afirma que dos produtos adquiridos pelos brasileiros em supermercados e padarias, a cerveja é a que apresenta os consumidores mais fiéis: 35% deles trocam de loja se não encontram a marca preferida. Com bebidas não alcoólicas, é diferente. Apenas 21% fazem o mesmo.
Economista da FGV, André Braz ressalta que o trabalhador gasta, em média, 0,40% da renda mensal consumindo cerveja em bares e restaurantes. Para consumo residencial, o gasto é de 0,48%, com compras em supermercados. “Parece pouco, mas ele gasta 0,60% da renda com arroz e feijão no mês”, acrescentou o economista.

    Tags: cerveja , comércio , preço

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