Rio -  A família do fuzileiro naval Fábio dos Santos Maciel, 33 anos, que morreu segunda-feira ao fim da festa de seu casamento, afirma que houve negligência no atendimento médico.
Parentes procuraram socorro em duas unidades de saúde, depois de ele levar um tombo e cortar a veia femoral com uma taça de vidro que ele levava no bolso de sua calça como recordação do casamento. Especialistas explicam que um corte na veia femoral pode matar em menos de 20 minutos.
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Os noivos Fábio e Geise passaram um ano planejando o casamento | Foto: ReproduçãoInternet
“Um ferimento que abra a veia pode matar em minutos. A femoral tem mais de 1 cm de calibre, e a perda de sangue é muito rápida. Exposta, pode fazer com que o paciente perca um litro de sangue facilmente”, explica Calógero Presti, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. Pelo vaso, passa de 1 a 1,5 litros de sangue por minuto.

Fábio brincava com amigos na saída da casa de festas quando tropeçou na calçada e caiu com o copo que levava no bolso como lembrança. Os cacos atingiram sua veia femoral, deixando enorme poça de sangue na calçada.

Imediatamente, familiares o levaram à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Cocotá, na Ilha do Governador, mas foram informados de que não havia recursos para socorrê-lo.
Seguiram para o Hospital Paulino Werneck, também na Ilha. Conforme a família, ele morreu enquanto esperava atendimento.

“Os médicos estavam descansando e não fizeram nada. Foi preciso que um outro colega deles chegasse e fizesse um alvoroço lá dentro”, afirmou Antônio Marcos Salazar, cunhado do noivo, em entrevista ao "RJTV".

A Secretaria Estadual de Saúde disse que a transferência da UPA foi recomendada devido à gravidade do fato. Já a Secretaria Municipal informou que Fábio já chegou morto ao Paulino Werneck.

Era o dia mais feliz para o sargento

Fábio e a noiva Geise Guimarães, que ficou em choque após o acidente, ficaram casados por menos de seis horas. O corpo do militar será enterrado nesta quarta-feira, em Manaus, no Amazonas, onde sua família mora. A tragédia teve grande repercussão até fora do Brasil.

Parentes contam que nunca viram o sargento tão feliz como no dia do casamento. Ele tinha acabado de deixar um apartamento alugado para morar com Geise na casa que construiu, na Ilha. O imóvel ficou pronto há uma semana.

O casal namorava há sete anos e anunciou o casamento por uma rede social há cinco meses. A festa reuniu cerca de 200 convidados no salão de festas Nautilus, na Ilha.

A morte trágica foi noticiada em sites da Inglaterra ao Zimbábue. O tabloide britânico Daily Mail chegou a afirmar que o militar teria “sangrado até a morte” e afirma que o caso foi uma “aberração”.