Rio -  O chão parece sumir. A partir daquele instante, é como se a vida perdesse o sentido. Todos os anos, 50 mil brasileiras diagnosticadas com câncer de mama vivem essasensação em consultórios médicos ou hospitais do País. Mas a batalha contra a doença tem enormes chances de ser vencida e pode não ser tão dolorosa se as mulheres tomarem as atitudes corretas nos momentos certos, como mostraremos a partir de hoje, até o próximo dia 27, numa série de reportagens especiais.
Foto: Reprodução da Internet / Sandro Botticelli
Foto: Reprodução da Internet / Sandro Botticelli
Quando se fala em cuidado com a saúde, nada é mais importante do que a realização da mamografia. O exame faz uma radiografia de todo o tecido mamário e detecta lesões já a partir de 3 milímetros. “Nossa recomendação é que ao completar 40 anos, a mulher realize esse procedimento anualmente. Estudos apontam que respeitando essa assiduidade, a redução da mortalidade nos casos de diagnóstico de câncer é de 30%”, explica o diretor da Sociedade Brasileira de Mastologia Eduardo Millen. Só para se ter uma ideia da eficiência da mamografia, em uma mulher na faixa etária dos 50 anos, um nódulo pode levar de oito a dez anos para alcançar o tamanho de 1 centímetro.
Vale ressaltar que o autoexame, tão comentado em campanhas no combate à doença, não pode ser considerado eficaz na prevenção do câncer se feito isoladamente, funcionando, no máximo, como um aliado da mulher na hora de comunicar ao seu médico alguma possível irregularidade na região dos seios. “Apalpando, a paciente só consegue detectar um nódulo a partir dos 3 centímetros. Nessa situação um tumor tem chances de cura, mas o problema já apresenta uma evolução bem maior”, compara Eduardo, que faz questão de frisar: “Em inúmeros casos, uma alteração na mamografia não indica câncer. Ela aponta apenas que precisamos fazer uma investigação mais aprofundada”.
E não é só o especialista que destaca a relevância da mamografia. Quem já enfrentou a doença também sabe que essa é a melhor maneira de cuidar da saúde, como a atriz Joana Fomm, hoje com 71 anos. “Sempre fiz meus exames regularmente. Bastou pular um ano para levar um tremendo susto. Tinha 65 anos quando recebi a notícia e hoje estou curada. Mas se pudesse dar um único conselho às mulheres, sem dúvida eu diria: ‘Não deixem de fazer o check-up com frequência’”, alerta.
Acesso ao exame é vital
Em todo o Brasil, há um total de 1.535 mamógrafos, sendo que a grande maioria deles está disponível nas capitais e grandes cidades. No último mês de outubro, o Ministério da Saúde regulamentou a criação do programa Mamografia Móvel pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O objetivo é levar uma unidade oncológica a lugares mais distantes e de difícil acesso no País, seja de carreta ou barco, para que mulheres de todos os locais tenham a possibilidade de realizar o exame.
No primeiro semestre de 2012, o Ministério registrou um aumento de 41% no número de mamografias realizadas em relação ao mesmo período de 2010. No Rio de Janeiro, se compararmos com a quantidade de exames do tipo feitos no primeiro semestre do ano passado, o crescimento este ano é de 19%, num total de 114.989 procedimentos.
DICAS IMPORTANTES PARA AS MULHERES
Atitudes simples adotadas no dia a dia também podem ajudar na prevenção do câncer. Uma rotina saudável não faz mal a ninguém:
Combater a obesidade é importante.
Evitar o consumo frequente de álcool, com mais de duas doses diárias.
Praticar exercícios de maneira regular.
Evitar o uso prolongado da reposição hormonal combinada, com estrogênio e progesterona (por mais de cinco anos).