Rio -  Estudo feito no Canadá constatou que fatores externos aumentam o risco demulheres desenvolverem câncer de mama. Pela primeira vez, pesquisadores indicaram que a exposição a substâncias cancerígenas no trabalho amplia as chances de desenvolver a doença.
A pesquisa revelou que a possibilidade é maior em trabalhadoras que exercem atividades ligadas à agricultura, a indústrias de plásticos para carros, conservas de alimentos e metalúrgicas. Foram analisados 1.006 casos de mulheres com câncer de mama.
A equipe coletou dados sobre o histórico profissional e reprodutivo das entrevistadas que trabalharam pelo menos 10 anos nas funções. As informações dos ambientes de trabalho serviram para avaliar o nível de exposição a agentes cancerígenos.
Apesar de acreditar que fatores externos podem ampliar o risco, o mastologista Rodrigo Souto, do Centro Oncológico de Niterói (CON), recebeu a pesquisa com ceticismo. “São poucas mulheres em muito pouco tempo para chegar a uma conclusão”.
Segundo ele, faltam dados mais concretos para ser possível afirmar que o câncer de mama pode ser considerada uma doença ocupacional. A pesquisa indicou também que trabalhadoras de classes sociais mais baixas têm mais risco. Segundo os cientistas, mulheres de baixa renda empregadas em indústrias e em atividades agrícolas estão mais expostas a agentes cancerígenos. 
Para os cientistas, o levantamento aponta para a necessidade de reavaliar os limites da exposição a agentes cancerígenos nos ambientes de trabalho e criar novas regras deproteção nos empregos.