Inflação em 2012 foi maior para famílias de baixa renda
Índice da Fundação Getúlio Vargas ficou em 6,9% para quem ganha até dois mínimos

Produtos alimentícios foram os que apresentaram maior variação entre os pesquisados. As refeições fora de casa também ficaram mais caras | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Os três principais itens, das oito classes de despesas — que compõem o IPC-C1 —, apresentaram forte elevação na variação: os grupos de alimentação (de 0,47% para 1,4%), transporte (de 0,01% para 0,34%) e despesas diversas (de 0,39% para 1,5%).
A taxa de dezembro do IPC-C1 ficou acima da inflação média apurada entre as famílias com maior poder aquisitivo, com renda mensal até 33 salários mínimos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor — Brasil (IPC-BR). Neste, o indicador apontou alta de 0,66% em dezembro. A taxa de inflação de dezembro do IPC-C1 foi maior do que a apresentada para o mesmo período pelo IPC-BR, que subiu 5,74% no último mês do ano.
Já o IPCA, inflação oficial, encerrou 2012 com alta acumulada de 5,84%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelo terceiro ano seguido, o índice ultrapassa as previsões. Em 2009, o IPCA foi de 4,31%, subiu para 5,91% em 2010 e 6,50% em 2011.
Apesar de levantamento da Serasa mostrar aumento no grau de endividamento no ano passado, pesquisa divulgada pela Fecomércio-RJ mostra que o brasileiro tem controlado melhor o orçamento.
Além disso, a taxa de inadimplência também registrou queda. Apenas 12% dos brasileiros estavam com prestação atrasada, segundo a pesquisa.
Procura por crédito recua em 2012
Ao fechar acima da meta, a inflação gerou comportamento inesperado no consumidor. De acordo com Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, a quantidade de consumidores que procurou crédito no ano passado recuou 3,1%, em comparação com 2011.
De acordo com o relatório da entidade, esse foi o pior desempenho de toda a série histórica do indicador, iniciada em 2007.
De acordo com o relatório da entidade, esse foi o pior desempenho de toda a série histórica do indicador, iniciada em 2007.
No primeiro trimestre do ano passado, a demanda por crédito foi de -6,8%, no segundo de -7,9% e o terceiro fechou com -3,1%.
No último trimestre do ano, a procura fechou com saldo positivo de 6,0%. Segundo a Serasa, o principal motivo para a baixa procura por crédito no início do ano foi a inadimplência elevada, além do alto nível de endividamento e do comprometimento da renda da população.
No último trimestre do ano, a procura fechou com saldo positivo de 6,0%. Segundo a Serasa, o principal motivo para a baixa procura por crédito no início do ano foi a inadimplência elevada, além do alto nível de endividamento e do comprometimento da renda da população.
Reportagem de Bruno Dutra
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