Rio -  A inflação para as famílias das classes D e E fechou em alta no mês de dezembro, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor — Classe 1, (IPC-C1). O índice é usado para medir o impacto da movimentação de preços nas famílias com renda mensal entre um e 2,5 salários mínimos. Alimentos e transportes foram os que mais impactaram.
Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Produtos alimentícios foram os que apresentaram maior variação entre os pesquisados. As refeições fora de casa também ficaram mais caras | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
O indicador subiu 0,76% no último mês do ano passado, após crescer 0,44% em novembro. Com o resultado, o IPC-C1 fechou 2012 em alta de 6,9%, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Os três principais itens, das oito classes de despesas — que compõem o IPC-C1 —, apresentaram forte elevação na variação: os grupos de alimentação (de 0,47% para 1,4%), transporte (de 0,01% para 0,34%) e despesas diversas (de 0,39% para 1,5%).
A taxa de dezembro do IPC-C1 ficou acima da inflação média apurada entre as famílias com maior poder aquisitivo, com renda mensal até 33 salários mínimos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor — Brasil (IPC-BR). Neste, o indicador apontou alta de 0,66% em dezembro. A taxa de inflação de dezembro do IPC-C1 foi maior do que a apresentada para o mesmo período pelo IPC-BR, que subiu 5,74% no último mês do ano.
Já o IPCA, inflação oficial, encerrou 2012 com alta acumulada de 5,84%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelo terceiro ano seguido, o índice ultrapassa as previsões. Em 2009, o IPCA foi de 4,31%, subiu para 5,91% em 2010 e 6,50% em 2011.
Brasileiros pagaram contas em dia, aponta pesquisa
Apesar de levantamento da Serasa mostrar aumento no grau de endividamento no ano passado, pesquisa divulgada pela Fecomércio-RJ mostra que o brasileiro tem controlado melhor o orçamento.
A pesquisa nacional Perfil Econômico do Consumidor (PEC) aponta que 40% dos consumidores pagavam algum parcelamento em dezembro, percentual ligeiramente abaixo aos dos últimos anos.
Além disso, a taxa de inadimplência também registrou queda. Apenas 12% dos brasileiros estavam com prestação atrasada, segundo a pesquisa.
Procura por crédito recua em 2012
Ao fechar acima da meta, a inflação gerou comportamento inesperado no consumidor. De acordo com Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, a quantidade de consumidores que procurou crédito no ano passado recuou 3,1%, em comparação com 2011.

De acordo com o relatório da entidade, esse foi o pior desempenho de toda a série histórica do indicador, iniciada em 2007.
No primeiro trimestre do ano passado, a demanda por crédito foi de -6,8%, no segundo de -7,9% e o terceiro fechou com -3,1%.

No último trimestre do ano, a procura fechou com saldo positivo de 6,0%. Segundo a Serasa, o principal motivo para a baixa procura por crédito no início do ano foi a inadimplência elevada, além do alto nível de endividamento e do comprometimento da renda da população.
Reportagem de Bruno Dutra