sábado, 25 de maio de 2013

Serviço caro e sem utilidade

Serviço caro e sem utilidade

Anvisa diz que armazenar sangue do cordão umbilical do bebê não garante cura de doenças

O DIA
Rio - Guardar o sangue do cordão umbilical do bebê não garante à criança a cura de doenças futuras. O alerta é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão lançou, ontem, cartilha voltada aos pais, com ‘verdades’ sobre a prática.
Material de bancos públicos, como o do Inca, é mais amplamente usado
Foto:  Divulgação
Rico em células-tronco, o cordão umbilical pode ser uma alternativa no tratamento de doenças do sangue. Porém, de acordo com a Anvisa, o índice de transplante autólogo (com material do próprio paciente) é baixo e não há provas de eficácia. A agência lançou a cartilha após constatar ‘falsas promessas’ de bancos de sangue de cordão umbilical. “O uso do material armazenado tem muitas limitações. Se a pessoa tiver doença genética, como leucemia, as células guardadas também terão o problema”, explica Daniel Coradi, gerente geral de sangue, tecidos e órgãos da Anvisa.
A chance de uma criança necessitar das próprias células é baixa (de 0,04% a 0,0005%). Das 45.661 amostras de sangue armazenadas nos bancos privados no Brasil, no período de 2003 a 2010, apenas três foram utilizadas para transplante autólogo. A maioria dos procedimentos é feita com material guardado em bancos públicos, da Rede BrasilCord. Nesse caso, o sangue é doado de maneira voluntária e pode ser usado por qualquer pessoa. Os custos são cobertos pelo Sistema Único de Saúde.
Em 2001, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) inaugurou o banco de sangue de cordão umbilical, que integra a Rede BrasilCord. Já o Cryopraxis, maior banco privado do Brasil, cobra de R$ 3,5mil e R$ 4 mil para armazenar o sangue e R$ 800 reais por ano pela manutenção. O material só pode ser usado pelo doador e o serviço é ofertado em qualquer maternidade do estado.

Nenhum comentário: