quarta-feira, 10 de julho de 2013

Álvaro Viana: Aterros sanitários, vida útil e responsabilidade

Álvaro Viana: Aterros sanitários, vida útil e responsabilidade

Aterros precisam ser planejados, mas normas são rígidas

O DIA
Rio - No Brasil, de acordo com o governo, 30% dos lares depositam seus descartes nos 1.700 aterros do país, áreas que visam a dispor controladamente estes resíduos, de modo a evitar maiores danos ambientais e riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Em geral, o restante é destinado a lixões a céu aberto sem qualquer critério.
Os aterros precisam ser planejados, mas normas são rígidas, e com razão. Se não forem executados corretamente, podem contaminar solos e corpos hídricos. Sua base precisa ser projetada com técnicas que buscam resistência e impermeabilização, facilitando a drenagem do chorume. As camadas de resíduos devem ser depositadas em formatos de células e com tratamento de cobertura, para reduzir a infiltração da água das chuvas, além de evitar a proliferação de vetores e odores. Drenagens intermediárias de líquidos percolados e gases também são importantes. Mas, em geral, o chorume é tratado no próprio aterro, para torná-lo um efluente limpo, a ser descartado em corpos hídricos. Já os gases, queimados, são emitidos para a atmosfera, ou aproveitados para a geração de energia, por processos biofísico-químicos.
O maior aterro da América Latina, Jardim Gramacho, é hoje ‘controlado’, onde já foram depositadas cerca de 10 mil toneladas de lixo por dia. Após 34 anos, foi encerrado. De acordo com os órgãos licenciadores e fiscalizadores, encontrava-se em sua capacidade máxima de armazenamento, afora todos os problemas de contaminação dos manguezais e da Baía de Guanabara.
Entretanto, estudos atuais referentes à sua estabilidade mostram que ainda é possível o recebimento de mais resíduos domiciliares. Assim como outros, Gramacho passou a aplicar técnicas importantes em sua operação. Esse é exemplo a ser seguido. Por que não implantarmos tecnologias aplicadas com soluções benéficas para o meio ambiente e para a população do entorno?

Engenheiro geotécnico e mestre em Engenharia Civil pela PUC


    Nenhum comentário: