quinta-feira, 11 de julho de 2013

Um alerta contra a trombose

Um alerta contra a trombose

Projeto de lei prevê que empresas de ônibus avisem sobre o perigo das viagens longas

BEATRIZ SALOMÃO
Rio - Alertar passageiros sobre os riscos da trombose durante longas viagens pode virar lei. Tramita na Câmara dos Deputados projeto que obriga as empresas de ônibus a imprimir nas passagens orientações sobre como prevenir o problema que afeta o sistema circulatório. A medida seguirá para sanção da presidenta Dilma Rousseff ainda este ano.
A trombose ocorre quando os trombos (coágulos) se formam no interior das veias, obstruindo a passagem do sangue pelos vasos. Viagens em que pessoa passa muitas horas sentada e sem se movimentar favorecem o surgimento do problema.
“Após três horas de viagem, o ônibus costuma parar, mas muitas pessoas não sabem que precisam descer e se movimentar ”, diz o deputado Hugo Leal (PSC-RJ), que também sofre de trombose. “Como vítima da doença, sei como é importante a prevenção.”
MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
Segundo ele, o recado deverá vir em todas as passagens, inclusive nas adquiridas pela internet. As empresas podem reforçar a prevenção à doença colocando avisos nos forros das poltronas e nos guichês. Para o deputado, passagens para percursos com duração a partir de três horas e meia deveriam trazer o aviso.
“Queremos promover uma mudança de comportamento entre quem viaja, estimulando que as pessoas se movimentem no percurso”, disse.
Médico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Vascular e angiologista do Hospital Badim, José Ricardo Brizzi explica que a trombose pode ocorrer em qualquer parte do corpo, porém é mais recorrente nas pernas. “Membros inferiores estão contra a gravidade, e há tendência de o sangue ficar retido ali”, declara.
Ao se movimentar, a pessoa contrai o músculo da panturrilha. O gesto conduz o sangue a outras partes do corpo e evita que ele fique retido nas pernas causando os trombos. “A panturrilha é o nosso segundo coração”, compara o médico.
Inchaço e dor no local são sinais de alerta
Na maior parte dos casos, a trombose não apresenta sintomas. Porém, os sinais mais comuns da doença são inchaço e dor na área afetada. O diagnóstico é feito por meio do ecodoppler colorido venoso, espécie de ultrassonografia das veias.
A enfermidade pode afetar pessoas de todas as idades. No grupo de risco estão gestantes, idosos, obesos, vítimas de varizes e portadores de doenças hematológicas (que favorecem a coagulação sanguínea).
A prevenção, segundo José Ricardo, inclui exercícios físicos regulares, controle do peso e, em alguns casos, uso de meias elásticas. Já o tratamento pode ser feito com medicamentos que reduzem a viscosidade sanguínea.



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