Rio -  O Morro do Prazeres está se consolidando como área de visitação turística, após a pacificação, em 2011. No ano passado, mais de 600 estrangeiros — entre eles, alemães e suíços — visitaram a favela.
Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
A iniciativa, chamada Prazeres Tour e organizada pelos moradores, deslancha e abre espaço para qualificação. E traz melhorias na região e no comércio local.
Uma das pessoas que notam esse avanço é José Luiz Fabiano, de 48 anos, dono do bar Feijoada dos 20. Foi lá que 70 poloneses almoçaram ontem, durante visita ao Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, na Zona Sul do Rio.
“Nós os recebemos uma vez por mês e passamos uma semana gastando cerca de R$ 6 mil para fazer esse almoço. É gratificante e já notamos um retorno”, diz ele, que recebe uma parte do dinheiro cobrado pelo pacote da visita, que custa a partir de R$40 por pessoa.

PROXIMIDADE PÓS-UPP
O polonês e guia turístico Darek Szylouk, 37, foi ao Morro dos Prazeres em 2012 com 80 compatriotas e gostou tanto que voltou ontem, acompanhado de 70. “Assistimos ‘Cidade de Deus’ e ‘Rio’ e tivemos muito interesse em conhecer esse lado da cidade sem sermos intrusos”, conta.
Segundo Charles Siqueira, produtor do Prazeres Tour, tudo isso foi consolidado há cerca de dois anos. Carla Teixeira, coordenadora de comunidades pacificadas do Sebrae Rio, analisa: “A instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) foi essencial para firmar a visitação turística”.
Carmen Givoni, agente de turismo que leva os turistas à comunidade explica: “Um dosobjetivos é desmistificar a favela para o turista, e o turista para a comunidade”.
Sebrae dá apoio à iniciativa
Quem marca presença no Morro dos Prazeres é o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). De olho no potencial da Prazeres Tour para engajar os moradores e impulsionar o comércio local com os passeios, a entidade fechou acordo para prestar consultoria aos envolvidos na iniciativa.
O objetivo é formalizar o projeto, para deixá-lo mais sólido e mais atraente para receber cada vez mais turistas. O mesmo tipo de assistência, que é gratuita, foi prestada em 28 favelas pacificadas pelo programa de UPPs. Entre elas, estão o Complexo do Alemão, a Rocinha, o Chapéu Mangueira e o Cantagalo.