Presidente da Vila Isabel é tratado com mimo e reverência
Wilsinho é o todo-poderoso para funcionários e torcedores da Azul e Branco
Dividindo atenções na mesa com a rainha de bateria, Sabrina Sato, ele dava ordens e recebia todo tipo de bajulação. Houve quem pedisse bênção ao rapaz.
Na quarta-feira, Wilsinho comemorou o tricampeonato da Vila Isabel, na Sapucaí: ele já vai começar a analisar propostas de enredo para 2014 | Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia
“Tem muito respeito pela minha família, meu pai, minha mãe, porque tocamos o que mais amam, a Vila. O agradecimento é genuíno. É amor maluco!”, disse Wilsinho.
Segundo ele, hoje Moisés desempenha "um papel de pai, dá conselhos, caminhos" para ele e a comunidade. “Amam meu pai de paixão. Ele mudou a vida da escola.”
Na apuração, Wilsinho anotava cada nota sem olhar para quem o abordava com mimos e sempre balançando as pernas, tenso, ao lado da mulher, Gabriela Medeiros Alves, a mãe, dona Rita, responsável pelo ateliê de fantasias, e Sabrina Sato.
Quando a nota era 10, cerrava o punho, vibrando. Quando perdia décimos, xingava. Na mesma vibração, a torcida da Vila Isabel na arquibancada urrava: “Uh, vai morrer! Uh, vai morrer!”
Na apuração de 2010, Moisés afaga o filho: Wilsinho acha que título vai ajudá-lo a sair da sombra do pai | Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia
"Sou centralizador. Quero ter controle de tudo"
“Na Vila, sou centralizador. Quero ter controle de tudo. Às vezes, dou boas dicas, outras, não. A administração caiu no meu colo, mas sempre gostei da parte artística”, diz Wilsinho.
“Na Vila, sou centralizador. Quero ter controle de tudo. Às vezes, dou boas dicas, outras, não. A administração caiu no meu colo, mas sempre gostei da parte artística”, diz Wilsinho.
A Vila toma muito tempo do jovem, que atua ainda em outros negócios do pai, nos ramos de transporte e imobiliário. Em breve, quer ter sua empreitada própria, com amigos, no setor imobiliário.
Ele continua os passos do patriarca, à frente da escola e no trabalho social na quadra. “Fui preparado pelo meu pai. Ele quis que eu continuasse o trabalho dele”, concluiu.
No pescoço, ouro e guias de religião
No dia da apuração na Sapucaí, Wilsinho ostentava grosso cordão de ouro, guias de religião afro-brasileira no pescoço e relógio de marca. Teve até beija-mão.
Um homem negro, de chapéu e cerca de 45 anos, se aproxima do jovem e clama por atenção. “A bênção, meu presidente!”
O homem de chapéu fica parado e insiste. “Presidente, uma aguazinha para o senhor!” O jovem estica a mão para trás e recolhe a garrafa de plástico, sem olhar ou agradecer. “Às ordens, presidente!”.
Ele continua os passos do patriarca, à frente da escola e no trabalho social na quadra. “Fui preparado pelo meu pai. Ele quis que eu continuasse o trabalho dele”, concluiu.
No pescoço, ouro e guias de religião
No dia da apuração na Sapucaí, Wilsinho ostentava grosso cordão de ouro, guias de religião afro-brasileira no pescoço e relógio de marca. Teve até beija-mão.
Um homem negro, de chapéu e cerca de 45 anos, se aproxima do jovem e clama por atenção. “A bênção, meu presidente!”
O homem de chapéu fica parado e insiste. “Presidente, uma aguazinha para o senhor!” O jovem estica a mão para trás e recolhe a garrafa de plástico, sem olhar ou agradecer. “Às ordens, presidente!”.
Reportagem de Raphael Gomide, do iG
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