quinta-feira, 11 de julho de 2013

CPI contra espionagem

CPI contra espionagem

Senado quer Comissão para apurar monitoramento americano ao Brasil. Amorim admite vulnerabilidades do sistema e afirma que não usa e-mails para assuntos importantes

O DIA
Brasília - O Senado já se mobiliza para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a suposta espionagem feita pelos Estados Unidos através de e-mails e ligações telefônicas no Brasil. Segundo denúncias, milhares de cidadãos brasileiros, empresas e o governo teriam sido monitorados pela inteligência americana pela web e serviços de telecomunicações. Convidado a dar esclarecimentos sobre a espionagem, o ministro da Defesa, Celso Amorim, admitiu “vulnerabilidades”.
O pedido de abertura de CPI foi apresentado ontem pela senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM). “Trata-se de uma invasão de soberania sem precedentes na história do Brasil. Grave sob todos os aspectos”, advertiu a senadora. A CPI tem poder para solicitar documentos sigilosos a órgãos sem autorização da Justiça. A instalação, porém, depende de decisão da Mesa Diretora da Casa.
Ontem, através de nota, o Palácio do Planalto informou que “o governo brasileiro não autorizou nem tinha conhecimento das atividades denunciadas”. Segundo a nota, “eventual participação de pessoa, instituição ou empresa do país nestas atividades é inconstitucional, ilegal e sujeita às penas da lei”.
Durante a semana, a presidenta Dilma anunciou medidas para apurar as denúncias de espionagem no Brasil pelos Estados Unidos. Além de convocar o embaixador norte-americano em Brasília, Thomas Shannon, para prestar esclarecimentos sobre o caso, o governo anunciou a criação de um grupo técnico interministerial para realizar investigações e a abertura de inquérito pela Polícia Federal. O caso também é investigado pela Anatel.
Em depoimento ontem em audiência pública no Senado, o ministro Celso Amorim admitiu que existem fragilidades no sistema de defesa cibernética no Brasil e disse que o país está na “infância” ao citar os softwares usados na proteção cibernética. “Estamos ainda nem na adolescência, na infância. As vulnerabilidades existem e são muitos”, disse.Amorim disse também que não usa e-mails para falar sobre assuntos importantes.


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