Povo dá o troco a Lalau
País resgata R$ 15 milhões desviados por ex-juiz. Barbalho e cia devolverão mais R$ 13 milhões
Brasília - Principal bandeira dos protestos das ruas, o combate à corrupção ganhou força e teve um dia de vitórias nesta terça-feira com decisões que devolvem aos cofres públicos mais de R$ 28 milhões. Na maior ação, o país teve repatriados U$$ 4,7 milhões (R$ 10 milhões, aproximadamente) de conta na Suíça do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, acusado e condenado, em 2005, por desvio de verba de obra do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.
Em outra decisão, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) foi condenado pela Justiça Federal do Tocantins ao ressarcimento de R$ 2.227.316,65 por apropriação ilícita de recursos destinados a programa da Superintendência da Amazônia. No mesmo processo, outras dez pessoas foram condenadas a devolver R$ 11.136.583,25.
Nesta terça-feira, o Departamento de Justiça de Berna anunciou o depósito ao Brasil dos US$ 4,7 milhões que estavam congelados em nome de Lalau, como ficou conhecido o ex-juiz. Além desses recursos, ele terá de pagar pena no valor de US$ 2,1 milhões pela fraude (R$ 4,6 milhões), previstos na lei suíça, que também serão devolvidos ao país.
Este é o maior volume de dinheiro recuperado pelo governo brasileiro de uma única vez, no esforço de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro em praças financeiras no exterior. Após essa devolução, as contas de Lalau, que cumpre prisão domiciliar, ficaram zeradas na Suíça.
Já os advogados de Barbalho afirmaram que recorrerão da decisão. Em nota, o Ministério Público informou que as verbas desviadas eram para projeto da empresa Imperador Agroindustrial, de produção e beneficiamento de grãos e sementes de arroz e cultivo de milho.
Donadon tem salários suspensos
Seguindo a onda moralizadora impulsionada pelas ruas, a Mesa Diretora da Câmara decidiu nesta terça suspender os salários e todas as prerrogativas parlamentares do deputado Natan Donadon (sem partido-RO). O político está preso desde o dia 28 pela Polícia Federal, após ser condenado em processo por desvio de verbas da Assembleia de seu estado.
Pela decisão, Donadon, que divide cela com preso comum em presídio de Rondônia, não receberá remuneração, verba de gabinete nem a cota de auxílio para a atividade parlamentar até que seja concluído o processo que analisa a cassação de seu mandato.
Além disso, o gabinete do deputado ficará fechado, e os funcionários que ocupam cargos de confiança serão demitidos. “Tudo aquilo a que ele tinha direito para o exercício do mandato, por não estar exercendo, está suspenso até deliberação do plenário da Câmara”, anunciou o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves.
Donadon foi considerado culpado por supostamente liderar quadrilha que desviou total de R$ 8,4 milhões, entre 1995 e 1998, da Assembleia Legislativa de Rondônia.
Instituições sem credibilidade
Se a devolução aos cofres públicos de R$ 15 milhões dos desvios de Lalau soa como um alento, para a maioria dos brasileiros o combate à corrupção peca pela falta de credibilidade em ações do governo. Segundo pesquisa divulgada nesta terça pela ONG Transparência Internacional, 56% dos brasileiros consideram o governo ineficiente para inibir o desvio de recursos públicos. Outros 23% o consideram eficiente, e 21% não opinaram.
A pesquisa também mostra que 47% dos entrevistados acham que a corrupção aumentou nos últimos dois anos. Apenas 18% disseram ter visto melhora, e 35% afirmaram que a situação não mudou.
De acordo com a ONG, os partidos políticos, o Congresso e a polícia são vistos como instituições mais corruptas do Brasil. Para 81%, a corrupção afeta os partidos; 72% mencionaram o Congresso, e 70%, a polícia. As instituições mais bem avaliadas foram as Forças Armadas (30%) e as igrejas (33%). Foram ouvidas 114 mil pessoas em 107 países. Os dados se referem a 2012.
Em outra decisão, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) foi condenado pela Justiça Federal do Tocantins ao ressarcimento de R$ 2.227.316,65 por apropriação ilícita de recursos destinados a programa da Superintendência da Amazônia. No mesmo processo, outras dez pessoas foram condenadas a devolver R$ 11.136.583,25.
Nesta terça-feira, o Departamento de Justiça de Berna anunciou o depósito ao Brasil dos US$ 4,7 milhões que estavam congelados em nome de Lalau, como ficou conhecido o ex-juiz. Além desses recursos, ele terá de pagar pena no valor de US$ 2,1 milhões pela fraude (R$ 4,6 milhões), previstos na lei suíça, que também serão devolvidos ao país.
Este é o maior volume de dinheiro recuperado pelo governo brasileiro de uma única vez, no esforço de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro em praças financeiras no exterior. Após essa devolução, as contas de Lalau, que cumpre prisão domiciliar, ficaram zeradas na Suíça.
Já os advogados de Barbalho afirmaram que recorrerão da decisão. Em nota, o Ministério Público informou que as verbas desviadas eram para projeto da empresa Imperador Agroindustrial, de produção e beneficiamento de grãos e sementes de arroz e cultivo de milho.
Donadon tem salários suspensos
Seguindo a onda moralizadora impulsionada pelas ruas, a Mesa Diretora da Câmara decidiu nesta terça suspender os salários e todas as prerrogativas parlamentares do deputado Natan Donadon (sem partido-RO). O político está preso desde o dia 28 pela Polícia Federal, após ser condenado em processo por desvio de verbas da Assembleia de seu estado.
Pela decisão, Donadon, que divide cela com preso comum em presídio de Rondônia, não receberá remuneração, verba de gabinete nem a cota de auxílio para a atividade parlamentar até que seja concluído o processo que analisa a cassação de seu mandato.
Além disso, o gabinete do deputado ficará fechado, e os funcionários que ocupam cargos de confiança serão demitidos. “Tudo aquilo a que ele tinha direito para o exercício do mandato, por não estar exercendo, está suspenso até deliberação do plenário da Câmara”, anunciou o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves.
Donadon foi considerado culpado por supostamente liderar quadrilha que desviou total de R$ 8,4 milhões, entre 1995 e 1998, da Assembleia Legislativa de Rondônia.
Instituições sem credibilidade
Se a devolução aos cofres públicos de R$ 15 milhões dos desvios de Lalau soa como um alento, para a maioria dos brasileiros o combate à corrupção peca pela falta de credibilidade em ações do governo. Segundo pesquisa divulgada nesta terça pela ONG Transparência Internacional, 56% dos brasileiros consideram o governo ineficiente para inibir o desvio de recursos públicos. Outros 23% o consideram eficiente, e 21% não opinaram.
A pesquisa também mostra que 47% dos entrevistados acham que a corrupção aumentou nos últimos dois anos. Apenas 18% disseram ter visto melhora, e 35% afirmaram que a situação não mudou.
De acordo com a ONG, os partidos políticos, o Congresso e a polícia são vistos como instituições mais corruptas do Brasil. Para 81%, a corrupção afeta os partidos; 72% mencionaram o Congresso, e 70%, a polícia. As instituições mais bem avaliadas foram as Forças Armadas (30%) e as igrejas (33%). Foram ouvidas 114 mil pessoas em 107 países. Os dados se referem a 2012.
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