Elogiado por Oscar, Cláudio Mortari se prepara para mais um Mundial
Elogiado por Oscar, Cláudio Mortari se prepara para mais um Mundial
Técnico do Pinheiros retribui declaração do Mão Santa: 'É o reconhecimento público do atleta. Eu fiquei envaidecido'
FABIO KLOTZ
São Paulo - Cláudio Mortari está na lista dos melhores técnicos com quem Oscar Schmidt trabalhou. A reverência do Mão Santa não é à toa. Juntos, foram campeões mundiais com o Sírio em 1979. Atualmente, Mortari se prepara para mais um Mundial, o sexto na carreira, agora à frente do Pinheiros. O clube paulista, dono do título da Liga das Américas, vai medir forças com o Olympiacos, vencedor da Euroliga, nos dias 04 e 06 de outubro, em Barueri.
Mortari tenta levar o Pinheiros ao título mundial
Foto: Divulgação
Nesta entrevista, Mortari fala sobre a preparação para o Mundial, o relacionamento com Oscar, a época em que dirigiu o Flamengo, NBB e muito mais. Confira.
O DIA: Mortari, como está a preparação do Pinheiros para o Mundial? Mortari : "Estamos em sequência de trabalho, disputando o Campeonato Paulista. Já estamos nos preparando para o Mundial. A participação positiva no Paulista dá a prova de que vamos chegar bem." Passa um filme na cabeça ao se preparar para um Mundial? Lembra da época de Sírio e as outras vezes que disputou a competição?
"É uma expectativa muito grande. Felizmente vai ser a minha sexta disputa do torneio. Tive a honra de ser campeão e desejo repetir o título e a emoção de vencê-lo." O que você já tem de informação sobre o Olympiacos?
"As informações são de dois Olympiacos, o que ganhou a Euroliga e o time para esta temporada. Tem a individuliadade, as contratações, mas não sabemos muito do time deles como conjunto. Esperamos uma definição para poder saber as condições do adversário."
Pinheiros conquistou a Liga das Américas
Foto: Divulgação
Como foi a montagem da equipe para este ano? Saíram atletas como Márcio Dornelles, Fiorotto, Araújo, e chegaram jogadores como Toyloy e Tavernari.
"A espinha dorsal foi mantida, com Shamell, Joe Smith, Morro, Rafael Mineiro e Paulinho, e fizemos algumas trocas normais como toda equipe." Dá para apontar o NBB 6 como o mais competitivo desde a criação da Liga?
"A Liga ganha a cada ano uma importância muito grande. Os times estão se reforçando com grandes jogadores e isso mostra que confiam na Liga. O NBB está cada vez mais difícil e com mais equipes disputando o título." Sobre o calendário, ano passado o Pinheiros foi um dos times que mais sofreu com excesso de jogos. Como lidar com a maratona de partidas?
"Na temporada passada fizemos 85 jogos. Pode ser mais nesta temporada pela mudança do Campeonato Paulista (mais jogos). Ano passado aconteceu de disputar três competições diferentes, com três bolas diferentes, numa mesma semana (Paulista, NBB e Liga das Américas), mas temos de saber administrar isso." Gostaria que você falasse, por favor, um pouco sobre o trabalho do Pinheiros, que vem crescendo a cada ano.
"Temos uma diretoria disposta a fazer, que acredita no projeto e que fez um sonho virar realidade. É uma cumplicidade entre clube e o nosso patrocinador, a SKY. Temos a confiança do patrocinador, que continuou nos apoiando mesmo em momentos ruins, e de quem faz parte deste trabalho." Mortari, o que você guarda da sua passagem pelo Flamengo?
"Foi uma época extremamente feliz. O tamanho do Flamengo impressiona, inibe até. Conseguimos fazer uma campanha muito boa, importante, numa época de redenção do basquete carioca. Nós ganhamos o Carioca de 1999/2000, o mais disputado dos últimos anos. As amizades continuam até hoje. Foi um período que não vou esquecer."
Mortari na época de Flamengo: parceria com Oscar
Foto: Léo Corrêa / Agência O Dia
Oscar Schmidt pediu você na seleção brasileira, no evento do Hall da Fama o colocou como um dos melhores com quem trabalhou e falou que o Washington Wizards (saco de pancada na última temporada da NBA) seria campeão com você como técnico. Como é ser reverenciado por um ídolo do basquete nacional?
"É um relacionamento de muitos anos. Trabalhamos por 15 anos em clubes diferentes. E em todo clube com sucesso. É um respeito muito grande. Nós sabemos a importância que cada um tem na carreira do outro. Falei com meus atletas depois do discurso dele no Hall da Fama que aquela declaração foi a melhor que poderia receber. É o reconhecimento público e mundial do atleta. Ele deu um sinal de humildade e estou envaidecido com o que ele falou." Pode relembrar algum episódio, história com Oscar?
"Eu sempre faço no fim de treinamento uma competição entre os atletas. No dia da final do Mundial de 79, ele, que nunca perdia, nunca era o último, neste dia de manhã ele perdeu no lance livre. Quis o destino que faltando dois segundos para acabar a partida, nós perdíamos por dois pontos, ele tinha de arremessar dois lances livres. Ele, felizmente, converteu com muito sofrimento, um ficou quicando no aro antes de entrar. Fomos para a prorrogação e depois fomos campeões." Você tem mais de 30 anos como técnico, é multicampeão, com passagem pela Seleção... o que faz para se manter competitivo e brigando por títulos?
"É gostar, amar aquilo que faz e trabalhar em clubes que lhe dão apoio e estrutura. Sempre se manter atualizado, com gana e querendo algumas coisas a mais. Isso prolonga a minha vida como competidor." Além de técnico, você foi supervisor do Pinheiros e logo depois retornou à função de treinador? Queria que falasse um pouco sobre aquele momento e se hoje você se vê em outro cargo no basquete que não seja o de técnico.
"Vim para o Pinheiros como supervisor. Voltei à quadra por uma série de fatores. É uma tendência normal eu ocupar um cargo de direção mais para a frente."
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