Rio -  O agente penitenciário que atirou em Jefferson da Paz Costa, de 22 anos, vai responder o processo de homicídio doloso (quando há intenção de matar) em liberdade por ter ajudado nas investigações.
Segundo o delegado Geniton Lopes, da Divisão de Homicídios (DH),  Jefferson foi morto com um tiro de pistola calibre 380. e não com um tiro de fuzil disparado por um PM, conforme relato da família do rapaz.
Ainda de acordo com Lopes, Jefferson estava com amigos quando o agente foi abordado por um bandido e um menor na Rua André Pinto, em Ramos, que queriam roubar sua moto.
Após a reação do policial, que sacou a arma, ele correu para o mesmo lado dos criminosos. O adolescente se escondeu em um valão e Jefferson não conseguiu entrar, momento em que o agente penitenciário atirou.
Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
As investigações foram concluídas através de imagens de circuito interno da rua e pelos depoimentos do agente, do menor apreendido e dos amigos de Jefferson.
O delegado descartou a hipótese de execução e anunciou uma reprodução simulada no local, na próxima terça-feira.
Enterro em clima de revolta
Jefferson foi sepultado na tarde desta terça-feira no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte. Cerca de 150 pessoas, em clima de indignação, participaram do cortejo.
"Um tiro covarde estraçalhou meu filho e acabou com a vida de uma família inteira", desabafou a copeira Sebastiana Eloísa da Paz Costa, de 52 anos. Ela disse que PMs teriam tentado se livrar do corpo, atirando-o em um valão.
De acordo com familiares e amigos, uma vizinha ouviu o rapaz pedir clemência ao assassino. "Por favor, não me mata, não sou bandido. Moro aqui na rua de trás (Rua Pereira Landim), sou trabalhador", teria suplicado Jefferson. Conforme a vizinha, o policial que o perseguiu gritou: "Nessa hora, todo mundo é trabalhador", dispatando o tiro contra o rapaz.