Queda da safra e mudança de temperatura pressionam preço do feijão
POR AURÉLIO GIMENEZ
Girlene Martins diz que muitas famílias já cortaram o feijão do dia a dia | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Nessa semana, na Ceasa, a saca de feijão de 30 quilos estava entre R$ 90 e R$ 92, mas estima-se aumento entre 10% a 20% para o comércio. Em um levantamento nas principais redes de supermercados do Rio, o consumidor encontra o quilo de feijão preto variando de R$ 3,25 a R$4,18, de acordo com a marca do produto escolhido.
OFERTA APERTADA
“A oferta está apertada. Sabemos o peso do feijão tanto na mesa do brasileiro quanto nos índices de inflação. Porém, apenas no próximo levantamento, a ser divulgado no início de março, é que poderemos dimensionar qual foi o grau de quebra e o real custo do feijão para o consumidor final”, explica Olavo de Souza.
Consumidor percebe aumento no bolso
A nutricionista Christinna Azevedo diz que, além de ser o prato preferido do brasileiro, a combinação arroz com feijão é a mais rica em termos nutricionais. Porém, se for necessário substituir o feijão por conta do preço, ela recomenda ervilha, lentilha, grão de bico ou soja, que apresentam o mesmo nível energético, de vitaminas e minerais. O pacote de 500 gramas de ervilha pode ser encontrado a R$ 2,89.
A secretária Girlene Martins, 30, afirma que o preço do feijão já está mais alto e que muitas famílias estão cortando o produto da mesa. Gerente do mercado Cometa, na Praça da Bandeira, Adriano dos Santos diz que, com a alta do preço produto, o consumidor está priorizando marcas mais baratas na hora da compra.
IPCA de janeiro foi de 0,86%
O grupo de alimentos e bebidas continua como o vilão da inflação neste início de ano. O feijão, porém, não foi a principal causa da aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de 0,79% em dezembro do ano passado para 0,86% em janeiro, conforme dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por conta das adversidades climáticas, o índice do grupo alimentação passou de 1,03% em dezembro para 1,99% em janeiro. Entre os destaques de alta estão o tomate (26,15%), a batata-inglesa (20,58%), a cebola (14,25%), as hortaliças (10,86%) e a cenoura (9,83%).
Considerado o índice oficial da inflação, o IPCA de janeiro de 0,86% é o maior índice mensal desde abril de 2005 (0,87%) e o mais elevado para meses de janeiro desde 2003 (2,25%). Em janeiro de 2012, o IPCA havia ficado em 0,56%.
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