Série A: Império Serrano, Viradouro e Império da Tijuca vão brigar pelo título
Caprichosos, Santa Cruz, Rocinha e Cubango também brilharam e correm por fora na conquista da vaga para a elite. Vila Santa Tereza, Tradição, Jacarezinho e União de Jacarepaguá vão lutar para não serem rebaixadas
POR RAPHAEL AZEVEDO

Império da Tijuca fez o melhor desfile da segunda noite da Série A. Na imagem, a belíssima comissão de frente da escola | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Tradição decepciona e não aproveita samba clássico
A Tradição reeditou um dos mais famosos sambas de todos os tempos: "Das maravilhas do mar, fez-se o esplendor da noite", da Portela de 1981. O veterano Davi Corrêa, um dos autores do hino, desfilou junto ao grupo de intérpretes e foi bastante aplaudido. Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Vila Isabel, Julinho e Rute apresentaram aos jurados a dupla da Tradição, Diego e Natália.

Tradição levou alegorias cheias de falhas de acabamento e decepcionou | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
O público vibrou com o samba e interagiu. No entanto, mesmo com uma oportunidade de ouro na mão, a escola de Campinho decepcionou. Alegorias pobres e fantasias simples demais deixaram nítida a ausência de recursos e a falta de comprometimento da diretoria, que mais uma vez não investiu como deveria. Até o símbolo máximo da escola, o Condor, estava com falhas de acabamento.
Bateria é destaque no Império Serrano
O Império Serrano foi a quarta escola a desfilar com um enredo que exaltava a cidade de Caxambu, em Minas Gerais. O ponto alto da apresentação foi a passagem da bateria comandada por Mestre Gilmar, que sacudiu as arquibancadas. Com várias paradinhas, os integrantes da Sinfônica do Samba empolgaram os componentes que puderam mostrar toda sua garra. Quitéria Chagas fez sua reestreia como rainha de bateria e esbanjou beleza e samba no pé. Baluarte da verde e branco e bateria de Chico buarque, Wilson das Neves também marcou presença à frente dos ritmistas.
O jovem casal de mestre-sala e porta-bandeira Alex e Raphaella também brilhou. Outro destaque foi a comissão de frente do coreógrafo Caio Nunes, que teve apenas um mês para criar os movimentos após a saída de Carlinhos de Jesus. Já na parte plástica, no entanto, o Império foi irregular. Enquanto as fantasias primaram pelo luxo, bom uso das cores da escola e capricho da escolha dos materiais, as alegorias do carnavalesco Mauro Quintaes tiveram algumas falhas de acabamento. Ainda assim, a verde e branco da Serrinha está na briga pelo título.

Império Serrano exaltou a cidade mineira de Caxambu | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Quinta a desfilar, a Acadêmicos do Cubango apostou no enredo "Teimosias da Imaginação", desenvolvido pelo talentoso carnavalesco Severo Luzardo. Mais uma vez, o luxo e qualidade dos figurinos encheram os olhos de quem estava na Sapucaí. A leitura do tema, no entanto, não ficou tão clara. Os componentes ajudaram o trabalho da Harmonia e cantaram o samba com entusiasmo. Mas a verde e branco de Niterói, que nunca esteve no Grupo Especial, deverá perder mesmo em evolução, já que uma das alegorias empacou diante do segundo módulo de julgadores e fez com que alas tivessem que passar à frente do carro.
O Sereno de Campo Grande veio em seguida e surpreendeu positivamente com um enredo abstrato desenvolvido pelo carnavalesco Amarildo de Mello. Intitulado "Na busca da paz, equilíbrio e harmonia. Bem aventurados sejam os que ouvem a voz de Deus", o tema foi bem contado com alegorias dignas e figurinos bastante coloridas.
Império da Tijuca emociona e faz melhor desfile da noite
Império da Tijuca emociona e faz melhor desfile da noite
O Império da Tijuca foi a sétima agremiação da noite e fez talvez aquele que tenha sido o melhor desfile. O enredo exaltava a força das mulheres negras e começou a empolgar já na comissão de frente. Bastante organizada, a verde e branco do Morro da Formiga deu um verdadeiro show e emocionou. Em sua estreia no Carnaval do Rio, o carnavalesco Junior Pernambucano mostrou personalidade e talento com alegorias e fantasias bem acabadas. A bateria de Mestre Capoeira arrepiou as arquibancadas e valorizou ainda mais o excelente samba-enredo. Por tudo isso se credenciou para disputar o título.

Samba-enredo da Caprichosos empolgou arquibancadas. Na imagem, detalhe da comissão de frente | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
A Caprichosos de Pilares teve no samba seu ponto alto. Com um refrão fácil e de melodia gostosa, a trilha sonora do enredo sobre fanatismo foi cantada a plenos pulmões pelos componentes. A bateria de Mestre Alexandre brilhou com diversas paradinhas e também empolgou. A comissão de frente do renomado coreógrafo Helio Bejani, também do Salgueiro, abriu o espetáculo em grande estilo reproduzindo um ritual tribal de sacrifício. Na parte plástica, no entanto, a azul e branco pecou com falhas de acabamento em alegorias e tripés. O segundo carro chegou a trazer ferros à mostra, algo imperdoável para quem queria brigar pelos primeiros lugares.
Unidos de Padre Miguel peca em evolução
Unidos de Padre Miguel peca em evolução
Penúltima da noite, a Unidos de Padre Miguel apostou na força de um tema afro e esbanjou beleza e capricho. Mérito esse que foi do carnavalesco Edson Pereira que conseguiu traduzir com clareza o enredo "O reencontro entre o céu e a Terra no reino de Alá Àfin Oiyó". Problemas de evolução, no entanto, devem custar décimos preciosos para a agremiação da Zona Oeste. Em mais de uma vez, clarões se abriram na pista enquanto o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Paulo Cesar e Elaine, se apresentava para os jurados.
A Renascer de Jacarepaguá, rebaixada no ano passado, teve a missão de encerrar o segundo dia de desfile da Série A já com as arquibancadas bastante vazias. O enredo trouxe um grito de alerta contra o tráfico de animais. O desfile, que também exaltou as belezas da cidade, teve como destaque a comissão de frente comandada por Alice Arja.
Segundo dia de desfile da Série A

Desfile da G.R.E.S. Império da Tijuca

































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