Rio -  No Dia Mundial da Água, lembrado ontem, houve pouco o que comemorar. A cada 15 segundos, uma criança morre de doenças relacionadas à falta de água potável e de saneamento, como diarreias e verminoses. E quase 10% das doenças ao redor do mundo poderiam ser evitadas se os governos investissem mais em acesso à água e medidas de higiene, apontam relatórios da ONU.
Pelo menos 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água e falta de saneamento, dizem analistas da ONU.
E o problema tende a piorar, pois em 40 anos a demanda por água deverá crescer mais de 50%. Os pesquisadores estimam que até 2025 cerca de dois terços da população mundial será afetada, de alguma forma, por falta de água potável.
A maior preocupação da ONU é com as doenças transmitidas por bactérias e vírus, como cólera, hepatite, verminoses, diarreias e dengue. Para ter uma ideia, no Brasil, até 2010, apenas 46% dos habitantes contavam com coleta de esgotos, segundo ogoverno. E do volume de esgoto produzido nas 100 maiores cidades do país, somente 36,28% são tratados.
Para especialistas da ONU, as doenças que causam diarreia poderiam ser quase totalmente eliminadas se houvesse mais investimento em saneamento, principalmente nos países em desenvolvimento. O despejo de 90% das águas residuais em países em desenvolvimento – em banhos, cozinha ou limpeza doméstica – vão para rios, lagos e zonas costeiras e representam uma ameaça real à saúde e segurança alimentar no mundo. Este ano, o tema do Dia Mundial da Água é a “Cooperação pela Água”.